quinta-feira, maio 15

não, Não, NÃO

Os meus nãos, bem espremidinhos, não valem grande coisa!
Quem me conhece bem não resiste à tentação de insistir, por vezes nem muito, acabo por deixar cair, e pergunto-me repetidamente: Porquê???
Vou construindo as minhas teorias sobre esta "moleza" de atitude; não condiz com muitos dos traços do meu carácter e da minha, por vezes, "intransigência"!
EU NÃO CONSIGO LIMITAR A LIBERDADE DO MEU SEMELHANTE QUANDO ELE A DEFENDE COM ARGUMENTOS OU TEIMOSIA!
Enquanto eles se defendem, estrebucham e bracejam eu vou considerando: "-Mas porque não? Será assim tão importante o que estou a exigir? Terá mesmo, inadiavelmente, de ser agora??? Coitado,... ele quer tanto? Olha lá como se bate por isto! A vidinha são dois dias para quê tanta rectidão? Deixá-lo!
Enquanto isto se passa, o jogo psicológico está instalado... o "adversário" acaba por perceber:
" - Olha lá para o não dela... está a ficar tão fraquinho..."
E aí vai disto: "- Vá lá... deixe lá... só hoje... só um bocadinho... eu prometo... nunca mais... juro que depois...
E eu a ver... e a pensar... a vida são dois dias, a importância é tão, mas tão relativa, afinal a própria vida é quem mais ensina, a força desta minha imposição é migalha sem causa... e lá vai o meu não encolhendo, encolhendo, perdendo expressão, o olhar já distraído, a voz embrulhada nos pensamentos que me diluem as certezas vai-se diluindo, diluindo até ao silêncio pontuado com um desconcertante encolher de ombros... deixo cair, de repente aquele não pufff... evapora-se no ar com se não tivesse chegado a existir. O meu interlocutor até hesita olha à volta espera uma reacção... mas eu já nem estou lá. É assim mais ou menos a fórmula de uma má educadora, pelo menos em parte!
Mergulhada nas minhas incertezas sobre liberdades e restrições, impotente perante a inconsistência dos meus nãos, lá me vou a pensar que o melhor era nem ter começado o braço de ferro! Tá feito, nada a fazer nem lamentar vale a pena.
Por outro lado, e por oposição, defendo as minhas infimas liberdades com unhas, com dentes, com garras! Os meus nãos, quando se trata dos meus movimentos, ideias, opções, trazem uns muros mais altos do que eu, que limitam o acesso e deixam à distância de um não gritado qualquer incauto que me queira demover!
Pelo menos por princípio digo sempre que não a tudo, ou quase tudo, para ganhar tempo... depois enquanto o outro se recompõe eu reconsidero, avalio e adequo... por isso, quem me conhece já sabe... muitos poucos dos meus nãos são nãos... alguns são espera lá, outros assim assim outros nem por isso, ou talvez... porque os outros, os não a valer, são uma infima percentagem, e às vezes nem chegam a palavra... são um desapercebido e teimoso silêncio!
Somos muito complicados, nós, os terráqueos... e as terráqueas ainda mais, ao que dizem... e eu concordo!
l

6 comentários:

Cristina Paulo disse...

Inês, soltei uma boa gargalhada ao ler esta tua divagação sobre os teus nãos...parecia que estavas a falar de alguém que conheço muito bem , eu! Não considero que seja falta de convicção oud e caracter, ou inercia. Também eu sou acérrima defensora das minhas liberdades e sei bem impôr o meu Não...mas depois nesses outros casos a que te referes...derrete-se o não num encolher de ombros.
Um beijo meu

xistosa, josé torres disse...

Sou um coração de manteiga.
Também digo não ... nim ... sim ...
Mas até certo ponto, também,

"não condiz com muitos traços do meu carácter e da minha intransigência"

Também me interrogo, por que digo não?
Afinal estamos de passagem e se nos infernizarmo-nos e infernizarmos os outros a estadia é mais difícil.

Mas nem sempre é assim.
Então quando são entidades poderosas, quando digo não. É mesmo não.
Ainda há cerca de 1 ano, por causa do portátil, cuja assistência era a recolha em casa, por desentendimentos com a marca, cá em Portugal. Não estive com meias medidads.
Como não sei alemão, (apesar de ter uma cunhada que escreve e fala bem o alemão, nem me dei ao trabalho de mandar e-mail.
Em duas folhas A4, enviei um Fax, para a fábrica na Alemanha, quaijando-me da assist~encia técnica.
O que sucedeu é que o fax, veio para ser traduzido cá e enviado novamente.
Só faltou levarem-me ao colo, é que estava a acabar a garantia e a impressão das letras e símbolos do teclado, estavam a desaparecer.
Aqui resolveram logo o problema. Não estava abrangido pela garantia, porque era de eu jogar muito.
Eu que nunca joguei jogo nenhum e nem gosto.
Fiquei logo a ferver e fui avisando que queria o prolongamento da garantia, pela paragem.
Tenho um pedido de desculpas por escrito, que não me serve para nada.
Um dia que necessite de assist~encia, mais vale desfazer-me do "bicho".

Gostei da sua descrição do não, até ao sim ... é um esvaziar dum balão lentamente ...

Será que todos, ou quase, somos assim?

Anónimo disse...

Adorei este texto.
Quantas vezes os nossos nãos, sãos nãos mecânicos?
O facto de eles irem esmorecendo e perdendo a sua força, implica necessáriamente perderem a sua qualidade. Ao perder a qualidade, implica que o não é um sim.
A flexibilidade demostrada, é sinónimo de inteligência.
O facto de`"à priori" haver sempre um não implica um trabalho de mudança.
Concordo, que somos muito complicados, uns mais que outros. Beijos.

inespimentel disse...

Siala, Xistosa, Francis, acabadinha de chegar da capital vim espreitar e fiquei consolada..acreditava que era um bocado mole nesta minha falta de determinação... agora já sei... somos um pequeno exército de "nins" mas afinal temos bons motivos para isso!

xistosa, josé torres disse...

Passei para ver e rever ...

Anónimo disse...

Eu tenho uma dificuldade imensa em dizer não
mas quando ele sai raramente me demovem.
Por princípio não compro guerras, se me obrigam lá me meto nelas, mas é preciso que façam muito para entrar numa.
Quando entro, não me lembro de alguma vez ter perdido.

O que está escrito serve para qualquer situação da minha vida.
Mesmo na educação dos filhos, eles sabiam se saísse um não, ou um sim que quisesse dizer não, como por exemplo um castigo, já não valia a pena dizer mais nada.

mas sempre foram raros, e é preciso muito, para o fazerem sair.

o que me faz feliz

o que me faz feliz
o meu mundo ao contrário

O meu Farol

O meu Farol

A bela foto

A bela foto
o descanço dos meus olhos

A minha cama na relva

A minha cama na relva

O meu Algarve

O meu Algarve

...enquanto uns trabalham...

...enquanto uns trabalham...