sexta-feira, outubro 31

Fim de semana à porta,
tão depressa que chegam,
mais depressa ainda se vão
não quero esperar o prazer de fechar a porta atrás de mim e dizer:- " até segunda, fiquem bem!"
não quero esperar pelo momento em que posso decidir, por dois dias, como dispor do meu tempo
...todos os momentos devem ser únicos e especiais
tenho a sorte de estar bem... comigo, com o mundo que me rodeia, de saúde, das energias... bem e recomendo-me!
Já afirmei, repetidas vezes, que gosto do que faço, trabalhar com "miúdos" dá-me uma pedalada boa... revejo-me, estou a par das modas, faço por ser útil no carinho e ensinamentos que lhes transmito, atenta às carências adoro conseguir um sorriso depois de secar umas lágrimas, arrancar uma trégua entre inimigos de circunstância, despertar amigos para os que se sentem isolados ou marginalizados, sensibilizá-los para a solidariedade, a cidadania... adoro porque acredito que faço a diferença e não sinto falta de alguém que me venha confirmar o meu valor, a minha vocação!
Por isso... fim de semana, que bom... e que bom saber que segunda feira posso retomar a minha rotina profissional, com garra e prazer!
fiquem bem... e façam o favor de fazer a vós próprios a melhor companhia possível!

segunda-feira, outubro 27

Por aqui sol... dentro e fora

Está um maravilhoso dia de sol
que mais posso eu pedir para além do que me é dado aqui e agora
Estou bem e os que amo não estão mal, uns melhor outros nem tanto, mas todos a lutar pela vida... alguns, a querer mais, tentam mesmo a utopia da felicidade, com coragem afastam do seu caminho os espinhos e as ratoeiras, agarram o sol e a brisa, inspiram-na até à essência de vida mais vibrante, partilham com ela a união e diluem-se no mundo, na natureza;
saem da sua limitada embalagem material , para partilharem o amor, a solidariedade e a compaixão, assim relativizando os seus males e aliviando os dos seus irmãos, sentindo que podemos ser melhores e melhorar aquilo em que tocamos no nosso dia a dia!
Estou bem
está um maravilhoso dia de sol
que mais vou eu pedir para além disto
paz... barriguinha aconchegada, aqui estou eu, sentada, a falar com o migalhas, os alunos entram e saem bom dia continua, está boa, olá, olá, boa, boa, que o dia corra assim, para mim e para vós , sem sobressaltos, sustos ou notícias que nos estraguem esta frágil harmonia!
hajam boa semana

sexta-feira, outubro 24

Ok,
diria que já sacudi a maior poeira, estou de pé , conversei comigo, olhos nos olhos, directa ao que é realmente importante e não há motivo para mais do que um pequeno desânimo...
Se pude contar, na minha vida, com uma aparência, eu diria, interessante, que me manteve longe de mergulhar nos livros porque, no meus horizonte, no meu meio, e na minha época, era mais provável ter um jovem a estudar afincadamente para tirar o seu curso e um dia vir a conquistar a boa aquisição que era eu, e ter o "privilégio" de me sustentar a mim e ao meu mundo, diria então que, se este era o plano implícito, posso afirmar que o plano abortou... e de que maneira!
Nunca me foi explicado porque devia eu estudar e aplicar-me... ir à escola ou ao liceu era assim uma espécie de ocupação de tempos livres que, de algum modo, eu até sabia aproveitar... divertia-me bastante, apaixonava-me a cada esquina, era popular, bem educada mas dedicava-me mais às conversas com as amigas do que a dar atenção nas aulas.
Nem sei se teria uma atitude diferente se alguém algum dia me tivesse avisado que, talvez num futuro mais ou menos longinquo, eu tivesse de arregaçar as mangas e sustentar-me a mim e aos meus filhos, com a bagagem que então estaria a preparar... os tempos eram outros e eu, a última de dez irmãos, vim apanhar mudanças na nossa sociedade, que pelos meus 15 anos eram impensáveis!
Não sei onde me poderia levar este post, talvez à minha biografia, mas a ideia não era bem essa...
Interrompi a minha escolaridade quando terminei o antigo 5º ano...
Por gostar do desafio e da ideia resolvi fazer o 12º há 3 ou 4 anos!
Consegui ter muito boas notas e o meu ego e a minha querida mãe ficaram felizes e contentes com isso!
Com mais umas formações e uns cursinhos, (entre eles 2 anos de encadernação, que amo e acho quase tão belo como ser sapateiro) acreditei que estava na hora de "pedir" que me fosse requalificada a carreira... pois o balde de água fria de ontem era esse ... tenho tudo o que é preciso, mas o meu contrato não dá pelo nome certo... é ele por "tempo indeterminado", portanto, estou fora do quadro.
Embora ande nisto já lá vão 10 anitos; foi-me então respondido que, não me conferia o dito contrato a qualidade de "agente ou funcionário"... pergunto-me que serei eu então aqui na escola???... um peido???... uma esfregona?... é que, pessoal docente não sou certamente... embora passe na Biblioteca 6 horas do meu dia útil e faça um trabalho que considero especializado, por cima ainda com prática acumulada pois, desde 2000 que aqueço a cadeira onde me sento!
Fiquei piúrça, óbvio, diz o Ministério que, todos os "não docentes" vão ser reclassificados até o fim deste ano...
Digo eu que... auxiliares de Acção Educativa somos muitos, alguns com 60 anos, 4ª classe, cansados, desmotivados, muitos com uma enorme falta de vocação, mas pertencendo ao QUADRO! Esses, a maior parte, não melhorou as suas habilitações, não pede reclassificação!
Os que entraram mais tarde, funcionários mais qualificados e acredito que com mentalidades mais "arejadas", não têm o direito de ver o seu esforço e empenho merecidamente compensados! E o culpado é o CONTRATO!
Por isto a verdade é que vou continuar a ganhar... agarrem-se... 500 euros, é verdade!
Maravilha das maravilhas, 10 anos de serviço, formação para Assistente de Acção Educativa, formação de Porbase para os registos informáticos dos documentos da Bib, passo horas em que sou o único adulto que assegura o funcionamento da dita mas isso não me confere a "qualidade de funcionária ou agente".
Portanto Maria, aguenta-te, sabes o que vales e trabalhas para os alunos da tua escola, esquece que tens patrões, eles de ti nem conhecem existência, e consola-te com os sorrisos e rasgados bons dias que te dão de manhã as crianças e os jovens para quem "trabalhas", quando entras "ao serviço"... podes crer mulher, ser essa a melhor paga que alguma vez te hão-de dar!
Fiquemos bem, bom fim de semana para nós, vós... e porque não??... para eles também!!!

quinta-feira, outubro 23

ai

As vossas visitas mimam-me... e consolam-me


... ainda é cedo, oito e tal, vim espreitar... se vocês imaginassem quão negro é às vezes o meu estado de espírito, como me afundo e entristeço até ao âmago de cada célula... os braços pendidos, os olhos húmidos, o olhar vago, o coração a bater baixinho, devagar, pum... pum... pum... , sem convicção, como se antes parar...


A minha arte é renascer, encontrar novamente o sentido, a razão...

...volto mais tarde... evito escrever quando estou a meio de um naufrágio... prefiro deixar o meu olhar vago balançar nas ondas... entre pirolitos e braçadas ele encontra a praia...


P.S. estes dramas NÃO são dramas, são apenas compassos para encaixar "desaires", e outras maldades e injustiças com que somos premiados... por isso não se preocupem isto é somente um desabafo.

quarta-feira, outubro 22

maiúsculas e MINÚSCULAS... sabe-se lá porquê

Está decidido!
NÃO QUERO PERDER MAIS TEMPO COM DRAMAS ANTECIPADOS, TRISTEZAS INCONSISTENTES, HUMORES CARREGADOS, E TUDO MAIS QUE ME TIRE A ALEGRIA, A VONTADE E O POSITIVISMO!
QUANDO TRAZEMOS UMA NUVEM NEGRA EM CIMA DA CABEÇA DE UM CAROÇO FAZEMOS UM CANCRO, DE UM SILÊNCIO PARIMOS INCOMPATIBILIDADES, DE UMA DISCUSSÃO UM DIVÓRCIO, DO CANSAÇO NASCE O DESÂNIMO, E ASSIM VAMOS ANTECIPANDO DESGRAÇAS A CADA PASSO DO CAMINHO...
UM CAROÇO É UM QUISTOZINHO SEBÁCEO SEM CONSEQUÊNCIAS, O SILÊNCIO DO OUTRO LEMBRA-NOS QUE SE MUITO NOS CONHECEMOS AINDA MAIS NOS DESCONHECEMOS E POR ISSO NADA É GARANTIDO NEM ADQUIRIDO, DAS DISCUSSÕES PODE NASCER UMA VERDADE MAIS REALISTA UM ESPAÇO COMUM MAIS ALARGADO, O CANSAÇO NO FIM DO DIA DEVE SER MIMADO COM UM MOMENTO DE PRAZER AINDA QUE CURTO ( A MÚSICA QUE NOS CATIVA, UM CAPÍTULO DO LIVRO QUE NOS ACOMPANHA, UM ENCONTRO OU UMA CONVERSA DE AMIGOS, UM PRESENTE QUE NOS RECUPERE PARA O RESTO DO DIA O ÂNIMO SEM O QUAL TODAS AS TAREFAS SÃO PENOSAS)... ASSIM MAIS LEVES, ENCARANDO SEM MEDOS E PRESSUPOSTOS NEGROS CADA MOMENTO, RELEGANDO O SOFRIMENTO E OS DRAMAS PARA A IRREDUTÍVEL INEVITABILIDADE!
ONTEM RECEBI UMAS PALAVRAS ATRIBUÍDAS A BUDA QUE ME INDICARAM MAIS E MAIS UMA VEZ O NORTE, TUDO O QUE É ROTINA E SOBREVIVÊNCI NOS AFASTA DA ESSÊNCIA, DO SENTIDO MAIS ELEVADO DAS NOSSAS VIDAS!
ASSIM REZAVA: "programa para hoje: - EXPIRAR, INSPIRAR, EXPIRAR!"
PARECE TÃO SIMPLES, respirar, parece ter uma continuidade imparável, até ao infinito, expirar, inspirar, expirar... sempre até mais não, um pulsar universal que tudo abarca, respirar... inspirar, expirar, inspirar...
Estar viva, e por isso aproveitar cada inspiração e expiração num encadear confortável, como se assim nos embalasse a vida até à eternidade, ao som e ao ritmo que nos embala desde que num acto de amor fomos concebidos! (sim, eu sei que nem sempre é o acto de amor que dá início ao milagre da vida, mas hoje tenho luz dentro de mim e vou lembrar que as excepções à regra não são para aqui chamadas e a regra, para mim é o AMOR)!
QUANDO CHEGA A HORA DE ENCARAR AS TAREFAS DOMÉSTICAS, OLHO, AUTISTA, PARA OS TACHOS E AS PANELAS, NADA DAQUILO APARECE DESCODIFICADO DENTRO DE MIM... ESTRANHO, NÃO ENTENDO AQUELA LINGUAGEM, NÃO LHES ATRIBUO SIGNIFICADO OU IMPORTÂNCIA E SINTO-ME DISTANTE, PERDIDA DENTRO DE MIM! POR VEZES CHEGA MESMO A VONTADE DE BATER A PORTA E VIRAR AS COSTAS; DEPOIS COMEÇO A PENSAR QUE BOM QUE É TER UM TECTO, UMA COZINHA, COM COISAS LÁ DENTRO... POSSO TRANSFORMÁ-LAS, SINTO-ME BEM POR COM NABOS, CEBOLAS E ABÓBORAS ( ninguém me tira que as abóboras foram buscá-las a um conto infantil, uma qualquer história fantástica, e as trouxeram para o lado de cá, se foi por engano ou propositado já não sei dizer), ESPINAFRES E OUTRAS COISAS, NUM FANTÁSTICO ACTO DE DEDICAÇÃO( será excessivo chamar-lhe amor?), TRANSFORMAR todos estes ou outros ALIMENTOS INTRAGÁVEIS PARA OS MEUS COMENSAIS, NUMA CREMOSA E IRRESISTÍVEL SOPA, ou com outros ingredientes criar outros casamentos tudo num acto de concentração criativa que me transcende ( há quem diga que com uma posta de bacalhau faço jantar para várias famílias, pudera, que remédio)!
E É MESMO O QUE ESTE POST É... UMA SALADA, UMA SOPA, UMA COISA MISTURADA COM UM CRITÉRIO CAÓTICO E ANÁRQUICO, MAS FEITA AO RITMO DO MEU PLANO PARA HOJE, AMBICIOSO MAS POSSÍVEL:
inpirar... expirar... inspirar... expirar... inspirar... expirar... inspirar... expirar... inspirar... expirar... inspirar... expirar........................................ ...................................... .......................... ............
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sexta-feira, outubro 17

Cirque du Soleil
... finalmente depois de perseguir um aluno um par de meses consegui, o DVD do espectáculo que deram em Lisboa antes do Verão... adorava ter ido mas não deu!
A capacidade de criar o belo, usando o corpo humano em todo o seu potencial, a superação em esforço mostrando ao mundo apenas o lado estético, aparentar leveza e facilidade quando finalmente, depois duma vida de esforço e sacrifício, conseguem atingir o altíssimo patamar em que estão, onde tudo o que têm para mostrar é a perfeição, a beleza emocionante e comovente do que se pode criar com o corpo, os corpos, a música, os sons, as cores, a harmonia, enfim um espectáculo sem par...
Ando com saudades de rever o Lord of the Dance, é também arrepiante, inigualável, eleva-nos, a fasquia do humano muito terráqueo...
...quando voam parecem ter asas, quando se contorcem parecem feitos de borracha, quando se enlaçam parecem fundir-se, quando saltam parecem ter molas dentro de si, quando se atiram no ar parecem não ter medo, quando se esforçam nem parecem cansados, quando os vemos esquecemo-nos até de que estão a TRABALHAR, e o que nos "oferecem" é o arduo resultado dessa força e dessa tenacidade que devem ter para atingirem a quase perfeição... eu diria mesmo, a perfeição possível.
É bom pertencer à mesma espécie animal... fica-se assim orgulhoso, e, ao contrário de outras ocasiões, enchemos a boca com um NÓS os seres humanos, conseguimos mesmo ser sublimes, alguns conseguem, quando dão a sua vida por essa causa!

quinta-feira, outubro 16

Quanto melhor... pior!
Soube hoje, por tão grande ser o silêncio sobre o jogo, que a equipa da selecção portuguesa, ontem, não deu aos seus conterrâneos as alegrias tão esperadas!
Quando "nós ganhamos" a vitòria é "nossa", venha a festa, não falamos de outra coisa!
Já quando "eles perdem", o silêncio mata o assunto pela raiz, a esperança não chega a ganhar asas e o sonho esborracha-se mesmo ali, ao som do apito final do jogo!
Assim é melhor... encher a cabeça de entusiasmos que não nos dizem realmente respeito, adiar o confronto com os verdadeiros problemas de cada um em particular e todos em geral, procurarmos outras alegrias, mais pessoais e interiores, menos fortuitas, mais consistentes, parece-me mais aconselhado!
Sobretudo quando exacerbada, a paixão pelo futebol parece-me fruto de uma esquizofrenia colectiva, com linguagem própria, apoiada numa máquina gingantesca que investe empenhada para que não nos/lhes sobre tempo para pensar!
Oxalá, meu Deus, sem saber mais a quem apelar senão ao bom senso de cada um, caramba que se lixe o futebol, as novelas e a Teresa Guilherme, os big brothers, e o resto... já vimos tudo, por fora e por dentro, já nos conseguiram surpreender, e muito, porque, para quem tem limites, a fronteira já foi derrubada há muito!
Olhar para fora faz falta mas fechar os olhos e iluminar o mundo interior que nos é próprio e que quando organizado e cuidado pode dar alegrias e vitórias cheias de adrenalina e motivos também para festejar!!!
Fiquem bem... e embora eles tenham perdido, não é razão para nós não ganharmos! Qualquer coisa, seja lá o que fôr. Cada dia é uma página em branco onde podemos, para lá de tudo o resto que se passe, escrever notas de rodapé, à partes nas margens, muitas exclamações, reticências, interrogações e pontos finais! Podemos não ter o arbitrio de escolher as palavras que se vão desenhando ao longo do dia... mas se ficarmos com a pontuação já podemos alterar muito, muito mesmo!!!

terça-feira, outubro 14

"Habitue-se à ideia", são as palavras que acompanham o anúncio que a Fátima Lopes fez para uma seguradora, espalhadando a "boa nova"em grandes cartazes que encontrámos na capital!
Que cinismo... estão a dar cabo do serviço nacional de saúde, para o qual somos obrigados a descontar uma vida inteira, e agora vêm, de rasgado sorriso, perguntar-nos se ainda não entendemos que não nos resta alternativa... ou contratamos os serviços de saúde, de que precisarmos, com uma seguradora, ou arriscamo-nos a sofrer mais do que aguentamos nos corredores dos hospitais públicos, anónimos e infelizes!
... nada mais nos resta do que habituarmo-nos à ideia... dizem eles com entusiamo apelativo... e eu pergunto-me... SERÁ ???

sexta-feira, outubro 10

Chega de birras e lamentos ou A Besta e a Crise

... pronto, já chega... acabou... não quero saber mais da vossa crise, e das falências várias em que o vosso desgoverno desaguou... gastaram o que não tinham, acima dos vossos fundos, iludiram quem vos procurou, com meias palavras e falsas promessas, andaram a acenar tentações irresistíveis a ingénuos, ou tolos, que pecaram por acreditar que podiam sonhar com... um jipe para o mais novo, uma viagem ao Brasil, uma casa mais espaçosa, outra a construir no litoral... logo se paga, logo se vê... a sociedade em festa, o crédito oferecido, impingido, para tudo o que se queira!!!
... e agora? Tenho que vos secar as lágrimas? Querem que chore convosco, que me fuja o sono?
Onde e como está o resto do mundo? Deixou de existir? Temos que atravessar convosco o árido deserto dos telejornais, a que, sei lá quando, me habituei a chamar notícias, onde o tema é chafurdado e esmiuçado até ao fio... crise, a crise, maior, mais gorda e demolidora, justiceira e cega, destrutiva, assustadora, como nunca antes foi, a pior!!!
Mas, minha gente, saibam que, desde "a entrada" do euro na minha carteira, que estou a viver uma crise sem par... pior a cada dia, a cada carrinho de compras, sorte que tenho uma boa vida... para lá da miséria material a que o meu patrão me "obriga"!
A crise, para mim, já fez os estragos que podia, aprendi a comer mais açordas e sopas de tomate com pão, sair menos, faço mais jantares e festas em casa, discute-se um pouco mais , para não deixar mal o ditado " casa onde não há pão, todos ralham e ninguem tem razão", nada de especial, só para cumprir com a tradição!
Por algum acaso tiveram que me secar as lágrimas?
Acordei alguém com os meus suspiros durante as insónias em que as contas do deve e haver teimam em pender e pender e pender, até ao sufoco, para o lado da insónia????
Pois agora aguentem-se, sejam homenzinhos, enfrentem esse buraco negro em que se meteram, e nos enfiaram por efeito dominó!
... cambada de mariquinhas sem escrúpulos, agora querem colo? Tecto e protecção?
Agora querem ajuda? Uns milhares de milhõezinhos, é?
Apelam, esperneiam querem contagiar-nos no vosso desespero... mas enquanto vocês se desesperam por cortar uns zeros desta ou daquela conta, a vida por aqui continua, é que nós "aprendemos a reduzir as necessidades, para conseguir passar bem"... são anos de árduos trabalhos, centenas de refeições, montes de projectos adiados, sonhos amarfanhados em gavetas, imensos carrinhos de compras estudados ao cêntimo, reduções e reduções, até áquele ponto em que nem xineses, nem 150entas, nem saldos, nem rebajas, até ao último furo...
Por outro lado... haja música, ar puro, um sorriso, uma boa sopa, um bom livro, alegria, mar e areia, amor, e sempre aquela energia de sacudir a poeira e dar a volta, e cá estamos, acreditando que este dia chega ao fim sem dramas maiores... como diz um amigo, "é preciso é que não piore", vamos vivendo, como Deus, seja lá o que ele fôr para cada um de vós, vai sendo servido, momento a momento dia a dia!
... e cá no fundo lá vamos seguindo com este palpite latente, como o pulsar de uma besta que nos espera, faminta, no escuro, ansiosa por nos devorar, extorquir, aniquilar, derrubar, até ficar sózinha, no deserto que é a sua casa, atolada no seu próprio esterco, doida, cega, investindo contra fantasmas, sabendo que enquanto sentir o cheiro de sangue sabe que ele corre nas veias de um, nem que seja o último homem vivo para ser chulado e explorado até ao nada!
As boas notícias talvez venham depois, sejam lá quais forem, quando a besta se comer a si própria talvez o estrume que produziu nos deixe plantar um jardim!

quinta-feira, outubro 9

As amigas fazem bem à saúde umas das outras.... já desconfiava!
É mesmo uma circunstância, física, hormonal! Assim rezava um curioso mail que recebi ontem!
Não é de estranhar... depois de um par de horas de desabafos e blasfémias, toda a agressividade que nos invade em certas ocasiões, e que tanto mal faz à saúde, se transforma em qualquer coisa mais racional, menos impulsiva, menos nefasta!
Os impulsos amorosos, as considerações sobre tudo e nada, as certezas e as indecisões, toda a desorganização interior em que por vezes nos encontramos, os amores e desamores, as traições, os filhos e enteados, as sogras e os colegas de trabalho, a sexualidade, o erotismo, as angústias e alegrias, tudo, mas tudo mesmo, é legítimo trazer a uma conversa de amigas!
Assim como a raiva, ou a sede de vingança também a entrega e a generosidade, a desconfiança e a confiança, os sonhos e as limitações, tudo é passado a pente fino, explicado, pensado em voz alta, damos às amigas toda a nossa cartilha, o nosso GPS para encontrar o que se procura, o nosso mapa da felicidade, os conselhos que acreditamos mais úteis e válidos, a cada momento, em cada situação, ali, à distância de um telefonema, um mail, um encontro!
Em todas as idades as amizades fazem falta; é importante saber ter, e conservar, amigas, pela vida fora, com zangas e os perdões, para lá das distâncias e da falta de tempo ou oportunidade!
Os homens dificilmente abrem o coração num desbragado desabafo... é tudo mais contido pois, habitualmente, nem a si próprios confessam o que lhes vai dentro... nem sentem necessidade de esmiuçar miudezas, entender tanto os porquês das insignificâncias do dia a dia!
As mulheres conseguem ter várias conversas a decorrer em paralelo, acompanhando todas elas sem dificuldade, e, em simultâneo, mudar uma fralda ou ir fazendo uma sopa... os homens é mais à vez... uma conversa ou uma actividade de cada vez... quando estão a falar connosco ficam muito descrentes da nossa atenção se não pararmos tudo para olhar para eles enquanto falam... pensam mesmo que ficamos surdas enquanto desempenhamos qualquer acção, e incapazes de agir enquanto usamos os ouvidos!
É-lhes, ao que parece, difícil entender que viemos preparadas para a polivalência doméstica; sobrepomos e desdobramos os nossos papeis, e intervenções, com uma simultaneadade às vezes surpreendente! Nem poderia ser de outra maneira... quantas refeições ficariam em carvão se assim não fosse, e os filhos em lista de espera enquanto as mulheres organizavam a sua lista de prioridades, desligo o lume ou atendo o telefone?... acudo ao choro do bebé, ou vou à porta, ajudo ou acompanho os TPC do mais velho ou dou banho ao outro... enfim a polivalência desenvolveu-se desde sempre por necessidade óbvia, como resposta a uma incontornável necessidade! Hoje esta ferramenta que "construimos" dá-nos para cima de um jeitão!
Para mim, que vivo só com homens em casa, nem sempre é fácil... enquanto eu organizo várias coisas ao mesmo tempo e estabeleço mais do que um diálogo com os meus filhos e marido, eles pensam que eu estou confusa, sentem-se baralhados... tenho mesmo que pensar para dentro porque quando me organizo pensando alto, eles julgam que estou a pedir ajuda e distribuir culpas e tarefas...
De facto, com tudo o que isso tenha de bom e de mau, os homens são menos complexos do que as mulheres, mais óbvios, pelo menos a maioria deles!
... agora um ponto a nosso favor é que, tenho para mim, que nós, quando inteligentes e maduras, temos uma maior capacidade para entender como funciona o mundo deles... para eles entenderem o nosso já o caso muda de figura... estou convencida que apenas uma pequena percentagem de entre eles pode atingir a "complexidade" feminina e compreendê-la de forma isenta, descomplicada e descomplexada... é que nós somos mesmo muito labirínticas, muito tortuosas, com variações de humor que só mesmo o mundo feminino pode entender, e nem sempre entendemos, tudo complicado, muito sentido, muito emotivo...
e tudo muito, muito, e MUITO!
... e tudo!

sexta-feira, outubro 3

Os amigos da almofada

... já dormia...
Mas ainda são apenas 14.30... daqui até ao travesseiro vou ter de mostrar trabalho!
Sempre me causou estranheza a recusa que têm certas pessoas em entregar-se ao sono com prazer e alegria... alegria, sim senhor!
A convicção que têm de estar a perder tempo, a desperdiçar vida, fá-los resistir até ao último pingo de viglia, não se entregam nem por nada, acabam derrotados e amarfanhados, num sofá, abandonados pelos mais sensatos, ou comodistas, que já se recolheram ao conforto da cama (quem tem a sorte de a ter) assim que sentiram o primeirio apelo!
Dessa derrota no sofá resta a saída do despertar súbito, em sobressalto, a meio da noite, em som de fundo as televendas, ou quejandos, a casa muda, solitária, o torcicolo a lembrar-nos o braço de ferro que nos derrubou, ali, no sofá... há um par de horas, mais uma vez....
Caramba, irmãos, se somos diferentes... já eu preparo-me para esse momento do dia com alegria e até, algum entusiasmo!
Se não é bom, o momento de apagar a consciência, como quem apaga uma luz, a luz que deixa tudo iluminado, mesmo aquilo que não queremos ver, essa consciência que me faz sentir dentro de uma gaveta, ou uma casa, enfim um espaço, em que tudo depende da minha capacidade de organização, de método, de atenção e sensibilidade, esse espaço que levo os anos, a vida, a arrumar mas o trabalho por fazer pesa na balança levando sempre a melhor...
Ter na mão a chave para outro espaço, um espaço de sonho, em que as memórias navegam à vontade, em mares de sentimentos e emoções, tudo sem censura, sem lógica, de forma aliviada, embalados, à solta, fazendo todos os desvios e introduções de colagens misturadas, desarrumadas, caóticas, ao sabor do saber de nós para lá de nós!
Por uma vez esquivamo-nos, saímos, levados no sonho para um improviso em que dentro de nós tudo é convidado... excepto nós, tal como nos reconhecemos!!!
Caramba... isto pode ser uma aventura muito divertida, e repousante... ou não???

quinta-feira, outubro 2

Navegamos esta vida como passageiros ocupantes de um lugar que não nos pertence mas a que nos agarramos com unhas e dentes como se valesse a pena...
... não, não vale mesmo a pena... quando chegar a nossa paragem vamos mesmo ter de abandonar esta viagem, mesmo que ela esteja no seu início, ainda que esteja no melhor, apesar de todos os argumentos e para lá de toda a justiça ou injustiça, podemos estar certos, quando a hora chegar é mesmo borda fora... a queda, o vazio, a eternidade do nada,... ou a eternidade do tudo, depende ...
Vale a pena a vida, com tudo o que dela podermos extrair de bom, de partilha e amor, tudo o que cresça na memória, no sentimento, na emoção, tudo o que possa voar connosco, para onde o "empurrão" nos levar...
Tudo o resto fica!!!
Sem apelo, sem mas, mas, sem porque eu sou rico e poderoso, nada, nadinha, fica tudo por aqui... NINGUÉM leva nada!!!
Então para quê assambarcar, para quê acumular muito mais do que se pode gastar numa vida?
A ganância material ainda dificulta mais a despedida, levar a vida a construir um império e ter de o largar contra vontade deve doer... e muito!
Partir e deixar por cá o rasto da generosidade, da justa repartição do que não nos pertence, da solidariedade, deve fazer do momento da partida um desenlaçe menos penoso... digo eu ...
... e não me venham com aquela que isto é mesmo conversa de "tesa", de quem nada tem para partilhar, a não ser... isto umas palavrinhas, uns pensamentos, ideias, conselhos, amor, atenção, compaixão, e tudo isso vou largando já, quero que à minha volta saibam que amo, que desejo a todos o melhor, que não sinto raiva, nem ódio, a ninguém!
A todos desejo bem, para todos desejo conforto e carinho, bem estar e amor!
... que será isto que me está a dar...

o que me faz feliz

o que me faz feliz
o meu mundo ao contrário

O meu Farol

O meu Farol

A bela foto

A bela foto
o descanço dos meus olhos

A minha cama na relva

A minha cama na relva

O meu Algarve

O meu Algarve

...enquanto uns trabalham...

...enquanto uns trabalham...