quarta-feira, dezembro 31

o que é nacional...

Estando o país em crise, custa-me que não sejam apresentadas medidas, ou sugestões para tentar inverter, em todos, e nos mais ínfimos pormenores, este "incontornável" processo!
Por exemplo, o produto nacional pode não ser o melhor, nem o mais em conta, mas sendo nacional deveria ser mais apoiado e consumido... isto é tão óbvio... estas dicas parecem migalhas, mas não são, podem até fazer muita diferença... só ouvi falar lá em casa, ao meu homem...

O nascer, o morrer... e o meio

Alguns dias tristes, memórias de outras juventudes, um espaço vazio, brilhos e luzes que se extinguem... assim é a ordem natural... os mais idosos partem, resta-lhes o lugar que conquistaram dentro dos nossos corações, cativo até ao fim dos nossos dias!
Há quem, de entre os menos idosos, também esteja a lutar por melhores dias, assim todos estes e os outros nos acompanham a cada passo que damos, a cada suspiro torcemos por eles e por umas melhoras tão desejadas!

quarta-feira, dezembro 17

Windows Live Hotmail

Windows Live Hotmail: "OBRIGADO PELA ESPREITADELA , À DOÇURA NA MEMÓRIA QUE TENHO DE TI"

Para que serve o Natal

Para além dos amigos virtuais existem os outros... aqueles que têm um lugar guardado no nosso coração desde o dia em que lá se instalaram e que, por nunca lá terem deixado farpas, vão ficar cativos dentro de nós até sempre!
São os que nos deixaram um sentimento de irmandade, os que sempre desejaram para nós o melhor, os que sempre quiseram plantar um jardim no nosso coração, estrelas no nosso olhar, e algas nos nossos cabelos, porque sempre viram em nós o que de melhor temos, e somos, e sempre nos recordam com ternura e magia!
São os que apesar da lonjura, querem saber que estamos bem, querem que saibamos que estão por aí, a cuidar para que os seus amigos nunca se sintam abandonados, porque algures, por aí, temos lugar na sua memória, somos donos de boas recordações e por isso ligam, e perguntam, antes de tudo: - Estás bem?, nem que seja de 3 em 3 anos temos de saber uns dos outros... estás bem??? eu?.?.. sim... e tu???.... e ouvimos a voz que ao longe nos responde ... e interpretamos os sinais,... o timbre
..., sim, está bem... que bom...
... são esses amigos de sempre, ainda que o espaço e os anos nos distânciem, que no Natal nos ligam, e nos dão como presente uma música do youtube, que eles estão a amar e que pensam que connosco vão partilhar o momento e assim eternizar os laços e as sintonias que unem os amigos de ontem, de hoje e de amanhã!
Não tenho músicas para a troca mas quero aqui deixar um obrigada, pela música "Beatriz", ( Laginha/ Maria João), um abraço muito amigo para o Tózé, de quem, já agora, aproveito para publicitar o fantástico trabalho, o escultor António Quina, que aqui entre nós, é um artista de se lhe tirar o chapéu... não só pela qualidade do seu trabalho, como pela quantidade e ENORMIDADE das suas obras!
Beijinho Quina, e até sempre



http://www.escultorantonioquina.com/


... espreitem, é que o meu amigo, além de meu amigo, é mas é, um ganda artista!

terça-feira, dezembro 16

Ando por aqui, ok?

Não me sobra o tempo para aqui vir, mas faz-me falta, TENHO SAUDADES
Da Minuxa, uma alma gémea, irmã emprestada desde o 1º dia, tão crítica e lúcida, romântica e sentimentalista, que me adivinha, e eu a ela, sintonizando com o que ainda está por postar
O Xistosa , um resistente, um duro, com coração de manteiga, (sem duplo sentido) com palavras que tanto nos fazem pensar
O Sam que me derrete com a sua loucura controlada, o seu humor incontinente, a sua inteligência mal disfarçada, o seu desejo desenfreado
A Sialda que me salva nos dias tristes, com a sua selecção de textos sublimes, tão surpreendentemente madura, na sua quase juventude
O Bartolomeu, que ainda mal conheço, mas já não lhe resisto, pela qualidade dos posts, cuidada no vocabulário, sensível nos temas, e com uma faceta que parece existir para lá dos terráqueos, e que encontra eco dentro de mim
O Direitinho senhor de boas palavras e boas acções, como se os atropelos da modernidade não lhe fizessem mossa
O Curioso por conta própria, que sabe que nesta vida cada dia é um recomeço e faz disso uma conquista
A soft Susana que está meses sem dizer palavra mas que trago no coração com um pudor enorme, pois não a conheço, mas aflijo-me com a força que ela tem de ter para resistir à forma brutal com que a vida a tem amadurecido
A Luna, que ainda vai dar que falar, a Gina, do "verde água", que ainda agora conheci e já abandonei, por falta de tempo e todos os outros que quero conhecer, e de quem já sinto a falta, pode ser que o pai Natal me deixe um tempinho de sobra para navegar ao sabor das palavras, dos sentimentos... à procura destes laços invisíveis que nos unem, ao encontro do que de nós nos queremos dar, quero vir com mais demora, virei então, breve, quem sabe até mais logo

sexta-feira, dezembro 12

Estar feliz e contente não me parece difícil
transmitir essa felicidade em gestos de boa vontade que vão colorindo o ambiente à nossa volta com cores de alegria também se consegue
complicado e sério é não tentar convencer ninguém das nossas razões, e em simultâneo estar de coração aberto mas as defesas alerta
o caminho está cheio de lobos maus, cheios de vontade de abrir os olhos, e as bocarras... logo a mim que de capuchinho vermelho nada tenho, embora se diga que de vermelho tenho muito, mas isso é outra conversa
é que parece que ,enquanto uns se contagiam com o bem estar alheio, outros se sentem incomodados
puta cus pariu
é feio eu sei, não é meu costume, mas é assim como uma excepção à regra!
... e vocês à minha volta e eu à volta de vocês, que bom esta janela de fresco ar, sem censura nem cobrança, viva, viva

quarta-feira, dezembro 10

trai la rai li lai

Fui a Lisboa...
Trouxe a minha bagagem cheia de mimos
Quero blogar, comigo e convosco
O tempo está escasso
Talvez amanhã
... sinto-me bem, estou feliz
ainda há quem diga que a felicidade não existe
mas então como vou eu chamar a esta sensação de que está tudo bem?
de que nada preciso para além deste sol, destes campos verdes, deste fresco lavado?
Quando faço a minha caminhada matinal fica-me este "resíduo", esta convicção de que estou em boas mãos, este amor que me sobra, que me preenche, que faz sentir plena, inteira e no bom caminho!
Pena... tenho de ir... era capaz de escrever uma ode à vida..., seja lá isso o que for... pelo menos podia dar graças e pedir que se conserve o que tenho, e que amanhã não chova das sete ás sete e meia, mais coisa menos coisa,... é que se chover sou capaz de me molhar...hi, hi, hi!!!

quarta-feira, dezembro 3

... e assim de repente

O feriado à segunda-feira é bom... à terça ou qualquer outro dia também
Mas, assim de repente, não me estou a ver a acordar amanhã e já é quinta-feira!
Foi ao passar aqui pelo migalhas que caí na real... o último post desejava um bom fim de semana, não voltei a postar... só me resta amanhã, sexta vou à minha terra, depois de almoço lá vou... só volto na terça da parte da tarde, que nem sempre é um bom dia para migalhar... assim de repente deixo o blogue a sêco até quando?
Nem pensar... amanhã embarco num clique de inspiração e passo por aqui... é que, mais do que ninguém, gosto de ver o migalhas fermentar, das migalhas fazer pão, virtual, mas que me alimenta quando me quero encontrar, quando me quero questionar, quando me quero entender, reconhecer... é aqui que me procuro!

sexta-feira, novembro 28

Bom fim de semana

Quem passar por aqui aproveite... estou dando bons fins de
semana... muitos... bons, grandes, fins de semana,
para todos vós, todos nós e todos eles!
Hoje é só!

segunda-feira, novembro 24

Ciência, fé ou convicção

Existe um mundo real há minha volta, posso vê-lo, explicá-lo, entendê-lo.
Tudo o que está para lá deste mundo vai depender da minha fé, das minhas convicções!
Os homens da ciência tentam demover, com os seus brilhantes estudos, as gentes crentes da sua louca entrega a algo de que não se pode comprovar a existência... podem desistir, porque a fé é... eu diria, uma luz, que se acende porque sim e não se apaga porque não!
Não tentem explicar, provar, argumentando até à exaustão, porque de uma coisa podem estar certos... nem tudo tem lógica, nem tudo tem explicação, a fé é um dado que se adquire sem que isso dependa de nós... ou se tem ... ou não!
Há quem acredite que os homens de fé sofrem de uma limitação, uma espécie de burrice voluntária, mas não não é uma limitação, nem uma burrice... muito menos é um acto voluntário!
Falo da fé, não das mentalidades beatas que agem como carneiros obedientes a mando dum pastor!
Essa fé que nos põe em ligação directa com o tal mundo que não se explica, iluminado por essa tal luz sem nome, mas, para quem tem fé, isso não é relevante... quando me encontro nessa dimensão sinto-me feliz e acompanhada... quanto ao resto nem preciso de saber mais nada.
Deixem-me aqui no meu cantinho, não me tentem explicar porque eu farei o mesmo, cada um com as suas fés, as suas convicções...

quinta-feira, novembro 20

Ultra sons?

E já agora, porque será que os cães uivam e ladram, como se não houvesse amanhã, quando ouvem uma sirene.... ou seja uns intantes depois de nós deixarmos de a ouvir???
.
.. baixinho, xiu... bom fim de semana

Amor ou vaidade?

Um novo acordar, é o que poderia chamar à novidade que aqui vou partilhar


Ainda por explicar, está a razão que leva uma rolinha a vir todas as manhãs simular, entre voos e bicadas, o desejo de entrar no meu quarto!

A porta/ janela de vidro dá sobre uma açoteia e, ainda o sol mal mostrou a sua luz, já ali esvoaça a rola, com o seu característico sibillar que acompanha o bater das asas, subindo e descendo em curtos voos, dando pequeninas bicadas no vidro, e dando-nos um acordar que dispensa o despertador... o cenário é mais um dia que desponta ainda tímido, o vidro oferece-nos um enorme céu azul, em baixo uma açoteia caiada de branco e uma ave, quase doméstica, que insiste, pensávamos nós, em entrar... para fazer o ninho, diz o meu pragmático marido!

Cá para mim são outros, os motivos da rolinha madrugadora, e de dois não escolho nenhum... fico com ambos!

Ou é amor, ou vaidade

Vaidade porque, quando vê a sua imagem reflectida no vidro, mira-se e remira-se com gosto... e volta sempre!

Amor pois na sua imagem reflectida, admira um belo exemplar da sua espécie ... irresistível... e não arreda pé... bicadinha aqui, bate de asas para cima e para baixo, talvez, digo eu, num singelo jogo de sedução

E nós ali, deitados a adivinhar...

Já sabemos que ela, entrar não quer, pois abrir a porta é pôr um ponto final na brincadeira e mesmo sem saber o que a faz voltar a cada manhã estamos contentes com o nosso, ainda que demasiado madrugador, dizia eu, novo despertador!

quarta-feira, novembro 19

SAM, não desenterras uma cadela???

Já passou tanto tempo, esperava que, mais tarde ou mais cedo ele voltasse!
Puff... assim sem água vai, o Sam desapareceu
Diverti-me tanto no blogue dele, apesar de ser só para machos ri-me de gozo, muitas e muitas vezes, com o seu humor inteligente, a dar para o porco, é certo... e saí de lá vezes sem conta mais leve e alegre do que entrei!
Será que ele anda por aí, com outro nick?
Imigrou?
Tem mais que fazer?
Foi dos primeiros que visitei e deixou este vazio de quem parte sem deixar rasto... curiosidade... e saudades da "cadela"... confesso!

terça-feira, novembro 18

Nuvem... NEGRAAA



A nuvem negra estava lá
como sempre

densa, pesada, carregada duma água gelada,
incapaz de se desabar num dilúvio,

debaixo dela, estacionados, uns tantos seres pálidos
de braços caídos,
olhos húmidos, olhar vazio

a nuvem negra... sólida, segura
daqui não sáio, daqui ninguém me tira
desviem-se os que querem o sol

eles nada... tristinhos... impotentes

- Ai, que a nuvem está negra, ai... que negra... a nuvem!

outros, mais finos, têm uma só para si
e não querem outra coisa
quando as suas desgraças não lhes chegam
adoptam as dos outros e ali estão
uma vida
eles e a sua nuvenzinha negra, privada

puxa-me às vezes o caminho
para debaixo duma nuvem negra

assim que lá chego, até parece que me sinto em casa

já sei o que fazer:

- Lábios pendidos, olhar lânguido, braços cruzados
faço-me de morta, ali,
estacionada debaixo da minha nuvem negra;

já vivi muitas e muitas vezes este papel,
é com relativa ligeireza que me enfio debaixo delas

o pior depois, já se sabe, é sair
ui , dói, dói, e nada!
a inércia, a apatia, a tristeza que inunda até ao tutano
os arrepios de desconsolo,
os suspiros que arrasam tudo à volta
enfim o cenário de desconstrução que se instalou
exige grande logistica emotiva
para se demover do seu estado letárgico

subitamente, inadvertidamente,
um braço solta uma mão
que a nuvem negra não protege do sol
e, como se o carrocel da feira
tivesse recebido a sua moedinha
começa o circo,
começa a vida de novo

um passo para o lado, dois
... por cima um céu azul rasga um sorriso de boas vindas
dissipada a tristeza, a vontade vem de novo
enroscar-se dentro de mim

a nuvenzinha negra está lá

como sempre

Tenho de estar atenta

senão vou estacionar debaixo dela novamente

para sair

já se sabe

ui ui

Abandono

Há uma pedra negra
um espaço gélido
um silêncio pesado
uma brisa árida
um desamor
uma solidão de deserto
um abandono

no ar um desânimo
uma recusa
uma porta encerada
um não

... de lá o sol empurra, quer entrar...
as vozes, os risos das crianças,
música
o cheiro da terra húmida
o verde exuberante da natureza que nem quer saber
a aurora
o pôr de sol

a escuridão chama a luz
do dormir ao despertar
do medo à libertação

vamos seguindo,
vamos levando,
a cruz e os louros;
no fundo o precipício

num equilíbrio difícil
a queda ameaça
...vamos seguindo...
na certeza de que para trás não há caminho!
Voo
livre, leve

bem alto o perigo do relâmpago,
a ameaça do caçador

apesar disso
voo alto
livre, leve

senão... para quê as asas
porquê asas?

sexta-feira, novembro 14

Gigões e anantes

Gosto de cães
Gosto dos meus cães
Sobretudo do preto, grande, meigo, domesticável, o Zappa!
Ele teima em lembrar-me que eu sou uma dona muito querida mas que, quem o comanda, é mais o instinto do que os mimos que eu lhe possa dar!
O espaço onde vivo é razoavelmente grande, poderiam, e podem, viver nele diferentes espécies animais em saudável harmonia... mas não é isso que dita a vontade que os move... dá-lhes para se perseguirem, chatearem, e pior ainda...
Gosto de ouriços, sei que há quem os coma mas eu não é como petisco que os aprecio. É um animal muito curioso, com uma aparência feita do contraste entre os picos agressivos que nos mantém à distância e o focinhito e as patitas muito fôfas como se de um ursinho em miniatura se tratasse!
Ouvi dizer que também estão em extinção, não confirmei, certo certo é que vão aparecendo mas não muito.
Esta seria uma semana de alegria, apareceram três ouricinhos no monte... mas não... por isso estou irritada com o Zappa!
Começámos por encontrar um que já estava morto... morte natural?... talvez!
No dia seguinte ... ai que bom... olha... anda aqui, depressa, um ouricinho, tão querido; quando o seguramos para o olhar nos olhos, como tanto gostamos de fazer, ai, fogo, está ferido, tem uma zona do corpo sem picos e muito rosada, talvez em carne viva... o que seria que o deixou neste estado?... pode ser que recupere...mas não... no dia a seguir lá estava no mesmo sítio, mas já frio!
Ontem o mistério ficou resolvido... au au, au au, muito - au au, forte, e feio, vamos ver o que se passa, pronto, lá está, o amigo grande, manso e muito negro, patada para a esquerda, patorra em cima, patada para a direita, e no centro da sua atenção e da sua inocente, mas malvada, brincadeira um coitado dum ouriço já sem futuro, maltratado, quase morto! Ele, o "assassino", segue o entusiasmo dos 3 amigos de porte minorca, que não têm porte para estes confrontos mas ladram e atiçam o outro que , mudo mas demolidor... segue a raiva dos mais pequnos e age!
Os ouriços agora, as galinhas, os gansos e assim vamos somando desgostos, já para não falar de dois fiéis admiradores da Xakira que inadvertidamente entraram na propriedade; vinham ao cheiro, ao instinto, queriam tentar a sua sorte... o bacamarte, defensor do seu espaço, sacudiu... soltou... e ali deixou... já sem vida os tristes!
Ser grande tem destas coisas, ser cão também;
Aquilo funciona assim : gigões e anantes, os anões têm a ferocidade dos gigantes e o gigante a meiguice dos anões, quando se unem e funcionam em equipa nunca se sabe o que pode acontecer, e aquilo que nós gostávamos de proporcionar ao reino animal em nosso redor, a todos os que ali estivessem, de passagem ou para ficar, era um pequeno paraíso onde pudessem disfrutar em paz e harmonia... mas assim o paraiso transforma-se, quando menos se espera, numa batalha campal com mortos e feridos!
... e nós cá estamos, para encaixar o que der e vier, mas que me dá zanga, este instinto
incontrolável, lá isso dá!
Bom fim de semana para todos... para os ouriços inclusivé e todas as outras miudezes não menos gente que nós, aos olhos do criador!

sexta-feira, novembro 7

... futuro negro??? não acredito!

Oiço vozes avisadoras... a vida de Obama como presidente não vai ser fácil...
ui, ui... olha a novidade...
Será que o futuro só agora é que é negro e assustador???
Antes de Obama se calhar era melhor, não???
... e como seria a vida dos americanos e do mundo global se os problemas que o Barack tem que enfrentar fossem entregues a outro tipo de presidente????
Talvez mais uma guerra para resolver os problemas económicos dos senhores da guerra!
Certamente mais hipocrisia, cinismo, o fosso entre ricos e pobres sempre a crescer, a revolta do homem comum a fermentar, a esperança morta, morta, morta!
Haja alegria, pelo menos saboreemos o momento, quem disser que esta eleição não nos diz respeito, engana-se... todo o bem e todo o mal do mundo me diz respeito!
O nosso mundo não é um lugar fácil, já todos o sabemos, e é muito mais difícil para uns do que para outros, sem que o critério seja sequer o mérito... a mais das vezes é o acaso... nascemos ricos, ou pobres... alguns conseguem inverter a sua "sina"... não muitos...
Alguns estamos em festa!
Mais confiantes no futuro da humanidade, certos de que tudo está sempre em mudança e nós cá estamos para a acompanhar!

quarta-feira, novembro 5

A vitória de Obama não fica reduzida ao milagre dos estados unidos elegerem um negro para lhes tomar conta do destino do país!
A acrescentar, temos ainda o facto de uma faixa muito jovem de eleitores ter acordado para a sua motivação, pondo fim a uma longa inércia de que não pareciam sair nunca mais.
Quando "o homem sonha, o mundo pula, e avança"... essa é que é essa!
Cansados de mentiras queremos todos um mundo mais justo e equilibrado, um investimento global na solidariedade, uma trégua ao planeta azul, tão substimado e explorado e uma mudança profunda de mentalidades!

Um Homem Bom

Em primeiro lugar quero dar os parabéns aos americanos que acabaram de surpreender o mundo, pela positiva, para variar!
Por aqui sempre torci pelo Obama, não por questões políticas, ou económicas, mas por ele me parecer um candidato sincero, com um forte lado humano, no melhor que esta palavra pode significar... um homem que quer ser recordado por ser um bom homem, um bom marido e pai, um cidadão que teve a coragem, a ousadia, de acreditar que a América tinha um sonho para ele realizar, e que transformou essa ousadia em força e esse sonho em realidade!
Mas para além dos parabéns que daqui lhe envio, quero afirmar que reabilitei o povo americano, que tinha , para mim, deixado de ser o grande pioneiro em tantas frentes e agora abafava, dominado por interesses que não eram os seus!
Não penso que esta eleição represente uma mudança apenas para a América, que mostrou através da mobilização massiva dos jovens, até agora tão alheados de anteriores processos eleitorais, mas provaram que, assim que tiveram motivaçao para acordar, fizeram-no... e bem, e estou em crer que este acontecimento vai ter um efeito contagiante, vai despertar em nós a esperança de, num futuro próximo, termos também um Obama, como opção para as nossas escolhas!
Estamos todos de parabéns, as mentalidades estão em evolução, estamos mais tolerantes e menos bestiais! Temos menos dúvidas e mais esperanças, queremos um melhor futuro para todos, uma melhor distribuição para que os filhos de uns não morram à fome, ou por falta de vacinação, e os de outros se suicidem pelo fastio de tudo terem, ambos precisam de um presente mais justo e um futuro mais promissor!

terça-feira, novembro 4

Considero, assim como meio mundo, ser hoje um dia histórico!


Pode parecer aborrecido repetir, até a saciedade, o que se vem dizendo sobre a importância dos conservadores estados americanos terem como opção, para estas presidenciais, um candidato negro... ainda por cima com um nome daqueles... e um sorriso cativante e humano...
Estou com ele desde o primeiro dia, inspira-me confiança e fala em mudança... eu como sou utópica, todos os dias, acredito que é com ele que vamos todos começar a grande mudança.
Vamos deixar de ser totalmente cegos ao que se passa em nosso redor, encontrar a solidariedade dentro de cada um e fazer dela um movimento colectivo imparável... eu sinto-me preparada... "change...yes I can, yes I will , because I want to"!

Agora e para o fim a notícia triste: Os rebuçadinhos Santo Onofre, tão inconfundíveis e adequados à época, também mudaram, pois é mudaram mas para pior, se calhar a culpa é da ASAE... é que, de virem enroladinhos num papelzinho baço, com a carinha do Santo e respectivas letrinhas tudo a azul sobre aquele branquinho suave, passaram para tudo igual mas o suporte é plastificado... os coitados dos rebuçadinhos esperam sufocados dentro daqueles saquinhos de plástico tão industriais e frios!
Comprei na mesma mas fiquei desconsolada! Nem os reconheci à primeira vista... espero que não tenham inovado a receita... é que não precisava!

segunda-feira, novembro 3

... e ninguém vai preso???

Li hoje, na hora do almoço, uma frase que se anichou dentro de mim num cantinho que parecia feito à medida para a receber:

... E NINGUÉM VAI PRESO???????

É que, com tanta falcatrua, denúncia, corrupção, tanta careca descoberta, alguns julgamentos, tantos nomes e moradas conhecidos de todos, como é ainda possível estes senhores ocuparem os cargos que ocupam, quando vai esta pouca vergonha acabar???
Vivem à grande e à francesa, são uns alarves a quem não basta principescas remunerações e rápidas reformas milionárias, tendo por isso nós ainda que ajudar a tapar os buracos que eles vão abrindo por onde quer que passem...
Todos os dias ficamos a saber que eles são mais do que as mães, não têm escrúpulos, nem vergonha, nunca estão saciados e pensam que não têm os dias contados... mas têm, digo eu, porque não há mal que sempre dure e tudo tem o seu limite...
Por isso insisto... aquela frase encaixou na perfeição, se é que tal coisa existe...
Pergunto-me estupefacta "... e ninguém vai preso???"
...é claro que não... quando está tudo em família, todos conhecem a podridão em que estão atolados, telhados de vidro em cima de todos eles, é uma bola de neve, uma máquina imparável, aparentemente indistrutível... gostava de ainda andar por cá, quando começarem a cair! Gostava de adivinhar quem e/ou como vai conseguir puxar-lhes o tapete! Gostava de os ver aprender a viver no mundo real, a dar passos cautelosos em direcção à crise em que nos afundaram, as pernas fraquinhas a entrarem no autocarro para levar os meninos à escola pública, o almoço na cantina, ao jantar o frango de aviário ou o porco bem baratinho, o fim de semana para pôr a roupa no estendal, dar uso à esfregona e fazer as continhas aos tostões que já não sobram e o mês que nunca mais acaba... e isto em liberdade, nada mau.
No pior a urgência do hospital público para a filha que vomitou toda a noite, ou o corredor do mesmo inferno para a mãe que caíu doente, ou a sogra que coitada deu-lhe um avc... de transportes públicos... diz que as ambulâncias não chegam a escutar os apelos de quem desespera por elas!
E a isto chamamos liberdade, e o comum dos portugas ainda consegue andar animado apesar dos pesares... pelo menos eu faço por isso... levam-nos tudo a que temos direito mas a boa disposição, essa, só dou a quem quero!!!
Mas não se preocupem... é que, aqui no burgo, ninguém vai preso... pelo menos não temos disso memória e a vidinha de contar os tostões está bem longe da vossa realidade, pelo menos até à data não tendes razão para sobressaltos!
Se não vos pesa a consciência aproveitem, durmam o sono dos puros, descansado e sereno, o dia de amanhã se verá... e se tivermos de colher os futos que semeámos cada um sabe, a que fruta vai ter direito!
P.S. e já agora... a frase estava no Courrier!

sexta-feira, outubro 31

Fim de semana à porta,
tão depressa que chegam,
mais depressa ainda se vão
não quero esperar o prazer de fechar a porta atrás de mim e dizer:- " até segunda, fiquem bem!"
não quero esperar pelo momento em que posso decidir, por dois dias, como dispor do meu tempo
...todos os momentos devem ser únicos e especiais
tenho a sorte de estar bem... comigo, com o mundo que me rodeia, de saúde, das energias... bem e recomendo-me!
Já afirmei, repetidas vezes, que gosto do que faço, trabalhar com "miúdos" dá-me uma pedalada boa... revejo-me, estou a par das modas, faço por ser útil no carinho e ensinamentos que lhes transmito, atenta às carências adoro conseguir um sorriso depois de secar umas lágrimas, arrancar uma trégua entre inimigos de circunstância, despertar amigos para os que se sentem isolados ou marginalizados, sensibilizá-los para a solidariedade, a cidadania... adoro porque acredito que faço a diferença e não sinto falta de alguém que me venha confirmar o meu valor, a minha vocação!
Por isso... fim de semana, que bom... e que bom saber que segunda feira posso retomar a minha rotina profissional, com garra e prazer!
fiquem bem... e façam o favor de fazer a vós próprios a melhor companhia possível!

segunda-feira, outubro 27

Por aqui sol... dentro e fora

Está um maravilhoso dia de sol
que mais posso eu pedir para além do que me é dado aqui e agora
Estou bem e os que amo não estão mal, uns melhor outros nem tanto, mas todos a lutar pela vida... alguns, a querer mais, tentam mesmo a utopia da felicidade, com coragem afastam do seu caminho os espinhos e as ratoeiras, agarram o sol e a brisa, inspiram-na até à essência de vida mais vibrante, partilham com ela a união e diluem-se no mundo, na natureza;
saem da sua limitada embalagem material , para partilharem o amor, a solidariedade e a compaixão, assim relativizando os seus males e aliviando os dos seus irmãos, sentindo que podemos ser melhores e melhorar aquilo em que tocamos no nosso dia a dia!
Estou bem
está um maravilhoso dia de sol
que mais vou eu pedir para além disto
paz... barriguinha aconchegada, aqui estou eu, sentada, a falar com o migalhas, os alunos entram e saem bom dia continua, está boa, olá, olá, boa, boa, que o dia corra assim, para mim e para vós , sem sobressaltos, sustos ou notícias que nos estraguem esta frágil harmonia!
hajam boa semana

sexta-feira, outubro 24

Ok,
diria que já sacudi a maior poeira, estou de pé , conversei comigo, olhos nos olhos, directa ao que é realmente importante e não há motivo para mais do que um pequeno desânimo...
Se pude contar, na minha vida, com uma aparência, eu diria, interessante, que me manteve longe de mergulhar nos livros porque, no meus horizonte, no meu meio, e na minha época, era mais provável ter um jovem a estudar afincadamente para tirar o seu curso e um dia vir a conquistar a boa aquisição que era eu, e ter o "privilégio" de me sustentar a mim e ao meu mundo, diria então que, se este era o plano implícito, posso afirmar que o plano abortou... e de que maneira!
Nunca me foi explicado porque devia eu estudar e aplicar-me... ir à escola ou ao liceu era assim uma espécie de ocupação de tempos livres que, de algum modo, eu até sabia aproveitar... divertia-me bastante, apaixonava-me a cada esquina, era popular, bem educada mas dedicava-me mais às conversas com as amigas do que a dar atenção nas aulas.
Nem sei se teria uma atitude diferente se alguém algum dia me tivesse avisado que, talvez num futuro mais ou menos longinquo, eu tivesse de arregaçar as mangas e sustentar-me a mim e aos meus filhos, com a bagagem que então estaria a preparar... os tempos eram outros e eu, a última de dez irmãos, vim apanhar mudanças na nossa sociedade, que pelos meus 15 anos eram impensáveis!
Não sei onde me poderia levar este post, talvez à minha biografia, mas a ideia não era bem essa...
Interrompi a minha escolaridade quando terminei o antigo 5º ano...
Por gostar do desafio e da ideia resolvi fazer o 12º há 3 ou 4 anos!
Consegui ter muito boas notas e o meu ego e a minha querida mãe ficaram felizes e contentes com isso!
Com mais umas formações e uns cursinhos, (entre eles 2 anos de encadernação, que amo e acho quase tão belo como ser sapateiro) acreditei que estava na hora de "pedir" que me fosse requalificada a carreira... pois o balde de água fria de ontem era esse ... tenho tudo o que é preciso, mas o meu contrato não dá pelo nome certo... é ele por "tempo indeterminado", portanto, estou fora do quadro.
Embora ande nisto já lá vão 10 anitos; foi-me então respondido que, não me conferia o dito contrato a qualidade de "agente ou funcionário"... pergunto-me que serei eu então aqui na escola???... um peido???... uma esfregona?... é que, pessoal docente não sou certamente... embora passe na Biblioteca 6 horas do meu dia útil e faça um trabalho que considero especializado, por cima ainda com prática acumulada pois, desde 2000 que aqueço a cadeira onde me sento!
Fiquei piúrça, óbvio, diz o Ministério que, todos os "não docentes" vão ser reclassificados até o fim deste ano...
Digo eu que... auxiliares de Acção Educativa somos muitos, alguns com 60 anos, 4ª classe, cansados, desmotivados, muitos com uma enorme falta de vocação, mas pertencendo ao QUADRO! Esses, a maior parte, não melhorou as suas habilitações, não pede reclassificação!
Os que entraram mais tarde, funcionários mais qualificados e acredito que com mentalidades mais "arejadas", não têm o direito de ver o seu esforço e empenho merecidamente compensados! E o culpado é o CONTRATO!
Por isto a verdade é que vou continuar a ganhar... agarrem-se... 500 euros, é verdade!
Maravilha das maravilhas, 10 anos de serviço, formação para Assistente de Acção Educativa, formação de Porbase para os registos informáticos dos documentos da Bib, passo horas em que sou o único adulto que assegura o funcionamento da dita mas isso não me confere a "qualidade de funcionária ou agente".
Portanto Maria, aguenta-te, sabes o que vales e trabalhas para os alunos da tua escola, esquece que tens patrões, eles de ti nem conhecem existência, e consola-te com os sorrisos e rasgados bons dias que te dão de manhã as crianças e os jovens para quem "trabalhas", quando entras "ao serviço"... podes crer mulher, ser essa a melhor paga que alguma vez te hão-de dar!
Fiquemos bem, bom fim de semana para nós, vós... e porque não??... para eles também!!!

quinta-feira, outubro 23

ai

As vossas visitas mimam-me... e consolam-me


... ainda é cedo, oito e tal, vim espreitar... se vocês imaginassem quão negro é às vezes o meu estado de espírito, como me afundo e entristeço até ao âmago de cada célula... os braços pendidos, os olhos húmidos, o olhar vago, o coração a bater baixinho, devagar, pum... pum... pum... , sem convicção, como se antes parar...


A minha arte é renascer, encontrar novamente o sentido, a razão...

...volto mais tarde... evito escrever quando estou a meio de um naufrágio... prefiro deixar o meu olhar vago balançar nas ondas... entre pirolitos e braçadas ele encontra a praia...


P.S. estes dramas NÃO são dramas, são apenas compassos para encaixar "desaires", e outras maldades e injustiças com que somos premiados... por isso não se preocupem isto é somente um desabafo.

quarta-feira, outubro 22

maiúsculas e MINÚSCULAS... sabe-se lá porquê

Está decidido!
NÃO QUERO PERDER MAIS TEMPO COM DRAMAS ANTECIPADOS, TRISTEZAS INCONSISTENTES, HUMORES CARREGADOS, E TUDO MAIS QUE ME TIRE A ALEGRIA, A VONTADE E O POSITIVISMO!
QUANDO TRAZEMOS UMA NUVEM NEGRA EM CIMA DA CABEÇA DE UM CAROÇO FAZEMOS UM CANCRO, DE UM SILÊNCIO PARIMOS INCOMPATIBILIDADES, DE UMA DISCUSSÃO UM DIVÓRCIO, DO CANSAÇO NASCE O DESÂNIMO, E ASSIM VAMOS ANTECIPANDO DESGRAÇAS A CADA PASSO DO CAMINHO...
UM CAROÇO É UM QUISTOZINHO SEBÁCEO SEM CONSEQUÊNCIAS, O SILÊNCIO DO OUTRO LEMBRA-NOS QUE SE MUITO NOS CONHECEMOS AINDA MAIS NOS DESCONHECEMOS E POR ISSO NADA É GARANTIDO NEM ADQUIRIDO, DAS DISCUSSÕES PODE NASCER UMA VERDADE MAIS REALISTA UM ESPAÇO COMUM MAIS ALARGADO, O CANSAÇO NO FIM DO DIA DEVE SER MIMADO COM UM MOMENTO DE PRAZER AINDA QUE CURTO ( A MÚSICA QUE NOS CATIVA, UM CAPÍTULO DO LIVRO QUE NOS ACOMPANHA, UM ENCONTRO OU UMA CONVERSA DE AMIGOS, UM PRESENTE QUE NOS RECUPERE PARA O RESTO DO DIA O ÂNIMO SEM O QUAL TODAS AS TAREFAS SÃO PENOSAS)... ASSIM MAIS LEVES, ENCARANDO SEM MEDOS E PRESSUPOSTOS NEGROS CADA MOMENTO, RELEGANDO O SOFRIMENTO E OS DRAMAS PARA A IRREDUTÍVEL INEVITABILIDADE!
ONTEM RECEBI UMAS PALAVRAS ATRIBUÍDAS A BUDA QUE ME INDICARAM MAIS E MAIS UMA VEZ O NORTE, TUDO O QUE É ROTINA E SOBREVIVÊNCI NOS AFASTA DA ESSÊNCIA, DO SENTIDO MAIS ELEVADO DAS NOSSAS VIDAS!
ASSIM REZAVA: "programa para hoje: - EXPIRAR, INSPIRAR, EXPIRAR!"
PARECE TÃO SIMPLES, respirar, parece ter uma continuidade imparável, até ao infinito, expirar, inspirar, expirar... sempre até mais não, um pulsar universal que tudo abarca, respirar... inspirar, expirar, inspirar...
Estar viva, e por isso aproveitar cada inspiração e expiração num encadear confortável, como se assim nos embalasse a vida até à eternidade, ao som e ao ritmo que nos embala desde que num acto de amor fomos concebidos! (sim, eu sei que nem sempre é o acto de amor que dá início ao milagre da vida, mas hoje tenho luz dentro de mim e vou lembrar que as excepções à regra não são para aqui chamadas e a regra, para mim é o AMOR)!
QUANDO CHEGA A HORA DE ENCARAR AS TAREFAS DOMÉSTICAS, OLHO, AUTISTA, PARA OS TACHOS E AS PANELAS, NADA DAQUILO APARECE DESCODIFICADO DENTRO DE MIM... ESTRANHO, NÃO ENTENDO AQUELA LINGUAGEM, NÃO LHES ATRIBUO SIGNIFICADO OU IMPORTÂNCIA E SINTO-ME DISTANTE, PERDIDA DENTRO DE MIM! POR VEZES CHEGA MESMO A VONTADE DE BATER A PORTA E VIRAR AS COSTAS; DEPOIS COMEÇO A PENSAR QUE BOM QUE É TER UM TECTO, UMA COZINHA, COM COISAS LÁ DENTRO... POSSO TRANSFORMÁ-LAS, SINTO-ME BEM POR COM NABOS, CEBOLAS E ABÓBORAS ( ninguém me tira que as abóboras foram buscá-las a um conto infantil, uma qualquer história fantástica, e as trouxeram para o lado de cá, se foi por engano ou propositado já não sei dizer), ESPINAFRES E OUTRAS COISAS, NUM FANTÁSTICO ACTO DE DEDICAÇÃO( será excessivo chamar-lhe amor?), TRANSFORMAR todos estes ou outros ALIMENTOS INTRAGÁVEIS PARA OS MEUS COMENSAIS, NUMA CREMOSA E IRRESISTÍVEL SOPA, ou com outros ingredientes criar outros casamentos tudo num acto de concentração criativa que me transcende ( há quem diga que com uma posta de bacalhau faço jantar para várias famílias, pudera, que remédio)!
E É MESMO O QUE ESTE POST É... UMA SALADA, UMA SOPA, UMA COISA MISTURADA COM UM CRITÉRIO CAÓTICO E ANÁRQUICO, MAS FEITA AO RITMO DO MEU PLANO PARA HOJE, AMBICIOSO MAS POSSÍVEL:
inpirar... expirar... inspirar... expirar... inspirar... expirar... inspirar... expirar... inspirar... expirar... inspirar... expirar........................................ ...................................... .......................... ............
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sexta-feira, outubro 17

Cirque du Soleil
... finalmente depois de perseguir um aluno um par de meses consegui, o DVD do espectáculo que deram em Lisboa antes do Verão... adorava ter ido mas não deu!
A capacidade de criar o belo, usando o corpo humano em todo o seu potencial, a superação em esforço mostrando ao mundo apenas o lado estético, aparentar leveza e facilidade quando finalmente, depois duma vida de esforço e sacrifício, conseguem atingir o altíssimo patamar em que estão, onde tudo o que têm para mostrar é a perfeição, a beleza emocionante e comovente do que se pode criar com o corpo, os corpos, a música, os sons, as cores, a harmonia, enfim um espectáculo sem par...
Ando com saudades de rever o Lord of the Dance, é também arrepiante, inigualável, eleva-nos, a fasquia do humano muito terráqueo...
...quando voam parecem ter asas, quando se contorcem parecem feitos de borracha, quando se enlaçam parecem fundir-se, quando saltam parecem ter molas dentro de si, quando se atiram no ar parecem não ter medo, quando se esforçam nem parecem cansados, quando os vemos esquecemo-nos até de que estão a TRABALHAR, e o que nos "oferecem" é o arduo resultado dessa força e dessa tenacidade que devem ter para atingirem a quase perfeição... eu diria mesmo, a perfeição possível.
É bom pertencer à mesma espécie animal... fica-se assim orgulhoso, e, ao contrário de outras ocasiões, enchemos a boca com um NÓS os seres humanos, conseguimos mesmo ser sublimes, alguns conseguem, quando dão a sua vida por essa causa!

quinta-feira, outubro 16

Quanto melhor... pior!
Soube hoje, por tão grande ser o silêncio sobre o jogo, que a equipa da selecção portuguesa, ontem, não deu aos seus conterrâneos as alegrias tão esperadas!
Quando "nós ganhamos" a vitòria é "nossa", venha a festa, não falamos de outra coisa!
Já quando "eles perdem", o silêncio mata o assunto pela raiz, a esperança não chega a ganhar asas e o sonho esborracha-se mesmo ali, ao som do apito final do jogo!
Assim é melhor... encher a cabeça de entusiasmos que não nos dizem realmente respeito, adiar o confronto com os verdadeiros problemas de cada um em particular e todos em geral, procurarmos outras alegrias, mais pessoais e interiores, menos fortuitas, mais consistentes, parece-me mais aconselhado!
Sobretudo quando exacerbada, a paixão pelo futebol parece-me fruto de uma esquizofrenia colectiva, com linguagem própria, apoiada numa máquina gingantesca que investe empenhada para que não nos/lhes sobre tempo para pensar!
Oxalá, meu Deus, sem saber mais a quem apelar senão ao bom senso de cada um, caramba que se lixe o futebol, as novelas e a Teresa Guilherme, os big brothers, e o resto... já vimos tudo, por fora e por dentro, já nos conseguiram surpreender, e muito, porque, para quem tem limites, a fronteira já foi derrubada há muito!
Olhar para fora faz falta mas fechar os olhos e iluminar o mundo interior que nos é próprio e que quando organizado e cuidado pode dar alegrias e vitórias cheias de adrenalina e motivos também para festejar!!!
Fiquem bem... e embora eles tenham perdido, não é razão para nós não ganharmos! Qualquer coisa, seja lá o que fôr. Cada dia é uma página em branco onde podemos, para lá de tudo o resto que se passe, escrever notas de rodapé, à partes nas margens, muitas exclamações, reticências, interrogações e pontos finais! Podemos não ter o arbitrio de escolher as palavras que se vão desenhando ao longo do dia... mas se ficarmos com a pontuação já podemos alterar muito, muito mesmo!!!

terça-feira, outubro 14

"Habitue-se à ideia", são as palavras que acompanham o anúncio que a Fátima Lopes fez para uma seguradora, espalhadando a "boa nova"em grandes cartazes que encontrámos na capital!
Que cinismo... estão a dar cabo do serviço nacional de saúde, para o qual somos obrigados a descontar uma vida inteira, e agora vêm, de rasgado sorriso, perguntar-nos se ainda não entendemos que não nos resta alternativa... ou contratamos os serviços de saúde, de que precisarmos, com uma seguradora, ou arriscamo-nos a sofrer mais do que aguentamos nos corredores dos hospitais públicos, anónimos e infelizes!
... nada mais nos resta do que habituarmo-nos à ideia... dizem eles com entusiamo apelativo... e eu pergunto-me... SERÁ ???

sexta-feira, outubro 10

Chega de birras e lamentos ou A Besta e a Crise

... pronto, já chega... acabou... não quero saber mais da vossa crise, e das falências várias em que o vosso desgoverno desaguou... gastaram o que não tinham, acima dos vossos fundos, iludiram quem vos procurou, com meias palavras e falsas promessas, andaram a acenar tentações irresistíveis a ingénuos, ou tolos, que pecaram por acreditar que podiam sonhar com... um jipe para o mais novo, uma viagem ao Brasil, uma casa mais espaçosa, outra a construir no litoral... logo se paga, logo se vê... a sociedade em festa, o crédito oferecido, impingido, para tudo o que se queira!!!
... e agora? Tenho que vos secar as lágrimas? Querem que chore convosco, que me fuja o sono?
Onde e como está o resto do mundo? Deixou de existir? Temos que atravessar convosco o árido deserto dos telejornais, a que, sei lá quando, me habituei a chamar notícias, onde o tema é chafurdado e esmiuçado até ao fio... crise, a crise, maior, mais gorda e demolidora, justiceira e cega, destrutiva, assustadora, como nunca antes foi, a pior!!!
Mas, minha gente, saibam que, desde "a entrada" do euro na minha carteira, que estou a viver uma crise sem par... pior a cada dia, a cada carrinho de compras, sorte que tenho uma boa vida... para lá da miséria material a que o meu patrão me "obriga"!
A crise, para mim, já fez os estragos que podia, aprendi a comer mais açordas e sopas de tomate com pão, sair menos, faço mais jantares e festas em casa, discute-se um pouco mais , para não deixar mal o ditado " casa onde não há pão, todos ralham e ninguem tem razão", nada de especial, só para cumprir com a tradição!
Por algum acaso tiveram que me secar as lágrimas?
Acordei alguém com os meus suspiros durante as insónias em que as contas do deve e haver teimam em pender e pender e pender, até ao sufoco, para o lado da insónia????
Pois agora aguentem-se, sejam homenzinhos, enfrentem esse buraco negro em que se meteram, e nos enfiaram por efeito dominó!
... cambada de mariquinhas sem escrúpulos, agora querem colo? Tecto e protecção?
Agora querem ajuda? Uns milhares de milhõezinhos, é?
Apelam, esperneiam querem contagiar-nos no vosso desespero... mas enquanto vocês se desesperam por cortar uns zeros desta ou daquela conta, a vida por aqui continua, é que nós "aprendemos a reduzir as necessidades, para conseguir passar bem"... são anos de árduos trabalhos, centenas de refeições, montes de projectos adiados, sonhos amarfanhados em gavetas, imensos carrinhos de compras estudados ao cêntimo, reduções e reduções, até áquele ponto em que nem xineses, nem 150entas, nem saldos, nem rebajas, até ao último furo...
Por outro lado... haja música, ar puro, um sorriso, uma boa sopa, um bom livro, alegria, mar e areia, amor, e sempre aquela energia de sacudir a poeira e dar a volta, e cá estamos, acreditando que este dia chega ao fim sem dramas maiores... como diz um amigo, "é preciso é que não piore", vamos vivendo, como Deus, seja lá o que ele fôr para cada um de vós, vai sendo servido, momento a momento dia a dia!
... e cá no fundo lá vamos seguindo com este palpite latente, como o pulsar de uma besta que nos espera, faminta, no escuro, ansiosa por nos devorar, extorquir, aniquilar, derrubar, até ficar sózinha, no deserto que é a sua casa, atolada no seu próprio esterco, doida, cega, investindo contra fantasmas, sabendo que enquanto sentir o cheiro de sangue sabe que ele corre nas veias de um, nem que seja o último homem vivo para ser chulado e explorado até ao nada!
As boas notícias talvez venham depois, sejam lá quais forem, quando a besta se comer a si própria talvez o estrume que produziu nos deixe plantar um jardim!

quinta-feira, outubro 9

As amigas fazem bem à saúde umas das outras.... já desconfiava!
É mesmo uma circunstância, física, hormonal! Assim rezava um curioso mail que recebi ontem!
Não é de estranhar... depois de um par de horas de desabafos e blasfémias, toda a agressividade que nos invade em certas ocasiões, e que tanto mal faz à saúde, se transforma em qualquer coisa mais racional, menos impulsiva, menos nefasta!
Os impulsos amorosos, as considerações sobre tudo e nada, as certezas e as indecisões, toda a desorganização interior em que por vezes nos encontramos, os amores e desamores, as traições, os filhos e enteados, as sogras e os colegas de trabalho, a sexualidade, o erotismo, as angústias e alegrias, tudo, mas tudo mesmo, é legítimo trazer a uma conversa de amigas!
Assim como a raiva, ou a sede de vingança também a entrega e a generosidade, a desconfiança e a confiança, os sonhos e as limitações, tudo é passado a pente fino, explicado, pensado em voz alta, damos às amigas toda a nossa cartilha, o nosso GPS para encontrar o que se procura, o nosso mapa da felicidade, os conselhos que acreditamos mais úteis e válidos, a cada momento, em cada situação, ali, à distância de um telefonema, um mail, um encontro!
Em todas as idades as amizades fazem falta; é importante saber ter, e conservar, amigas, pela vida fora, com zangas e os perdões, para lá das distâncias e da falta de tempo ou oportunidade!
Os homens dificilmente abrem o coração num desbragado desabafo... é tudo mais contido pois, habitualmente, nem a si próprios confessam o que lhes vai dentro... nem sentem necessidade de esmiuçar miudezas, entender tanto os porquês das insignificâncias do dia a dia!
As mulheres conseguem ter várias conversas a decorrer em paralelo, acompanhando todas elas sem dificuldade, e, em simultâneo, mudar uma fralda ou ir fazendo uma sopa... os homens é mais à vez... uma conversa ou uma actividade de cada vez... quando estão a falar connosco ficam muito descrentes da nossa atenção se não pararmos tudo para olhar para eles enquanto falam... pensam mesmo que ficamos surdas enquanto desempenhamos qualquer acção, e incapazes de agir enquanto usamos os ouvidos!
É-lhes, ao que parece, difícil entender que viemos preparadas para a polivalência doméstica; sobrepomos e desdobramos os nossos papeis, e intervenções, com uma simultaneadade às vezes surpreendente! Nem poderia ser de outra maneira... quantas refeições ficariam em carvão se assim não fosse, e os filhos em lista de espera enquanto as mulheres organizavam a sua lista de prioridades, desligo o lume ou atendo o telefone?... acudo ao choro do bebé, ou vou à porta, ajudo ou acompanho os TPC do mais velho ou dou banho ao outro... enfim a polivalência desenvolveu-se desde sempre por necessidade óbvia, como resposta a uma incontornável necessidade! Hoje esta ferramenta que "construimos" dá-nos para cima de um jeitão!
Para mim, que vivo só com homens em casa, nem sempre é fácil... enquanto eu organizo várias coisas ao mesmo tempo e estabeleço mais do que um diálogo com os meus filhos e marido, eles pensam que eu estou confusa, sentem-se baralhados... tenho mesmo que pensar para dentro porque quando me organizo pensando alto, eles julgam que estou a pedir ajuda e distribuir culpas e tarefas...
De facto, com tudo o que isso tenha de bom e de mau, os homens são menos complexos do que as mulheres, mais óbvios, pelo menos a maioria deles!
... agora um ponto a nosso favor é que, tenho para mim, que nós, quando inteligentes e maduras, temos uma maior capacidade para entender como funciona o mundo deles... para eles entenderem o nosso já o caso muda de figura... estou convencida que apenas uma pequena percentagem de entre eles pode atingir a "complexidade" feminina e compreendê-la de forma isenta, descomplicada e descomplexada... é que nós somos mesmo muito labirínticas, muito tortuosas, com variações de humor que só mesmo o mundo feminino pode entender, e nem sempre entendemos, tudo complicado, muito sentido, muito emotivo...
e tudo muito, muito, e MUITO!
... e tudo!

sexta-feira, outubro 3

Os amigos da almofada

... já dormia...
Mas ainda são apenas 14.30... daqui até ao travesseiro vou ter de mostrar trabalho!
Sempre me causou estranheza a recusa que têm certas pessoas em entregar-se ao sono com prazer e alegria... alegria, sim senhor!
A convicção que têm de estar a perder tempo, a desperdiçar vida, fá-los resistir até ao último pingo de viglia, não se entregam nem por nada, acabam derrotados e amarfanhados, num sofá, abandonados pelos mais sensatos, ou comodistas, que já se recolheram ao conforto da cama (quem tem a sorte de a ter) assim que sentiram o primeirio apelo!
Dessa derrota no sofá resta a saída do despertar súbito, em sobressalto, a meio da noite, em som de fundo as televendas, ou quejandos, a casa muda, solitária, o torcicolo a lembrar-nos o braço de ferro que nos derrubou, ali, no sofá... há um par de horas, mais uma vez....
Caramba, irmãos, se somos diferentes... já eu preparo-me para esse momento do dia com alegria e até, algum entusiasmo!
Se não é bom, o momento de apagar a consciência, como quem apaga uma luz, a luz que deixa tudo iluminado, mesmo aquilo que não queremos ver, essa consciência que me faz sentir dentro de uma gaveta, ou uma casa, enfim um espaço, em que tudo depende da minha capacidade de organização, de método, de atenção e sensibilidade, esse espaço que levo os anos, a vida, a arrumar mas o trabalho por fazer pesa na balança levando sempre a melhor...
Ter na mão a chave para outro espaço, um espaço de sonho, em que as memórias navegam à vontade, em mares de sentimentos e emoções, tudo sem censura, sem lógica, de forma aliviada, embalados, à solta, fazendo todos os desvios e introduções de colagens misturadas, desarrumadas, caóticas, ao sabor do saber de nós para lá de nós!
Por uma vez esquivamo-nos, saímos, levados no sonho para um improviso em que dentro de nós tudo é convidado... excepto nós, tal como nos reconhecemos!!!
Caramba... isto pode ser uma aventura muito divertida, e repousante... ou não???

quinta-feira, outubro 2

Navegamos esta vida como passageiros ocupantes de um lugar que não nos pertence mas a que nos agarramos com unhas e dentes como se valesse a pena...
... não, não vale mesmo a pena... quando chegar a nossa paragem vamos mesmo ter de abandonar esta viagem, mesmo que ela esteja no seu início, ainda que esteja no melhor, apesar de todos os argumentos e para lá de toda a justiça ou injustiça, podemos estar certos, quando a hora chegar é mesmo borda fora... a queda, o vazio, a eternidade do nada,... ou a eternidade do tudo, depende ...
Vale a pena a vida, com tudo o que dela podermos extrair de bom, de partilha e amor, tudo o que cresça na memória, no sentimento, na emoção, tudo o que possa voar connosco, para onde o "empurrão" nos levar...
Tudo o resto fica!!!
Sem apelo, sem mas, mas, sem porque eu sou rico e poderoso, nada, nadinha, fica tudo por aqui... NINGUÉM leva nada!!!
Então para quê assambarcar, para quê acumular muito mais do que se pode gastar numa vida?
A ganância material ainda dificulta mais a despedida, levar a vida a construir um império e ter de o largar contra vontade deve doer... e muito!
Partir e deixar por cá o rasto da generosidade, da justa repartição do que não nos pertence, da solidariedade, deve fazer do momento da partida um desenlaçe menos penoso... digo eu ...
... e não me venham com aquela que isto é mesmo conversa de "tesa", de quem nada tem para partilhar, a não ser... isto umas palavrinhas, uns pensamentos, ideias, conselhos, amor, atenção, compaixão, e tudo isso vou largando já, quero que à minha volta saibam que amo, que desejo a todos o melhor, que não sinto raiva, nem ódio, a ninguém!
A todos desejo bem, para todos desejo conforto e carinho, bem estar e amor!
... que será isto que me está a dar...

sexta-feira, setembro 26

A ideia de normalidade tira-me do sério
É que, a bem dizer, tal não existe
Todos sabemos que não há quem não tenha a sua pancada, salvo as excepções que a regra implica.
É de tal maneira grave presumir que a normalidade é a norma, que, temos neste momento uma situação profundamente anormal e injusta nas escolas, a ser vivida por um número significativo de alunos, os seus professores e as suas famílias... estamos de facto a comprometer um futuro improvável para quem nasceu com um qualquer ritmo que os demais entendem não ser o que as expectativas prometiam...
A verdade é que a normalidade é uma abstração quadrada, que deixa de fora grande parte de nós.
Era suposto os alunos portugueses só transitarem do ensino básico para o ciclo depois de adquiridos determinados "saberes".
Um enorme número de crianças não os atinge. Os seus professores esforçavam-se, até ao desespero, para os puxar, ou empurrar, até à fronteira, esperando que do outro lado uma mão firme e bem preparada lhes pudesse amparar o percurso a partir daí... infelizmente o sistema é cego, não tem cara, nem corpo, tem apenas decretos e leis que uniformizam, e tentam normalizar situações que são cada uma um caso, todas diferentes e não é ignorando, como se pretende fazer, integrando estas crianças em grupos grandes, de turmas regulares com ritmos equiparados entre elas, que vamos conseguir resultados mínimos satisfatórios!
Como podemos pedir a uma criança que entenda as regras básicas da matemática ou da língua portuguesa se ela desconhece a existência de REGRAS???
Como se pode esperar duma criança, com um enorme défice de concentração, que se aperceba da presença de um professor numa sala, onde vinte, ou mais, alunos barulhentos interagem entre si, levando para voos interiores a réstia de capacidade de concentração que podia ter esta criança!
Não seria muito mais realista aceitarmos a diferença, muito menos cruel? Nem posso imaginar o sofrimento e o desfazamento em que se desenrolam estes dias infindáveis de aulas de história, geografia,etc, etc, têm estes miúdos que aguentar um castigo que não merecem, não lhes adianta NADA... já não falando do prejuízo para uma turma, com programas extensos, maçudos e desadequados, com um professor aflito para cumprir timmings impostos por quem nunca trabalhou no terreno, digo eu que nem percebo nada disto.
Certos miúdos tinham muito mais a aprender com um adulto meigo e paciente que simplesmente lhes desse a mão e os levasse a viver um dia simples e organizado com lógica e consequência... estilo, vamos às compras, temos de fazer uma sopa, ou uma massa, tudo o que isso implica, entre escolhas, esperas, encontros e surpresas, um dia a dia simples, aprender a partir de um nada, lançar um projecto básico, vamos à rua, vamos ao parque ou ao supermercado, afinal uma mãe emprestada, um tutor, alguém que procure dentro deles o fio duma meada que no meio de uma turma e com nnn disciplinas a serem ministradas, só pode saír uma resposta autista do ostracismo a que este tipo de crueldade os pode remeter!
Vão todos concluir o 9º ano, mas a que custo, para enganar quem, a troco de quê???
Ensinem-nos a andar na rua, a terem higiene, a sentar, a esperar, a usar as ferramentas com que veio apetrechado para ser o mais autónomo e útil primeiro a si, depois à sociedade a que pertence mas, e acima de tudo isto ensinem-nos a ser um pouco ou muito felizes, se isto não é fácil para os outros para eles, com o rumo que lhes estamos a dar, pode vir a ser ainda mais complicado do que seria desejável.
Não é justo... nem para eles que têm direito ao seu ritmo próprio, nem para os professores, nem para as famílias... a dignidade de todos fica posta em causa, andamos a brincar com um assunto tão melindroso pensando que podemos iludir uma realidade que desta maneira vai crescendo, crescendo sem solução, à custa do sofrimento e do esforço de todos os que estão implicados neste insustentável processo em que todos saem a perder, principalmente estas crianças que vejo todos os dias na minha escola, misturados numa massa quase anónima em que a vaga noção que têm de si e dos outros se dilui irremediavelmente!
então bom fim de semana, para eles e os outros, para mim , vocês e os demais

quarta-feira, setembro 24

Para manter a casa arrumadinha (logo eu que não gosto mesmo nada de arrumações) excluí alguns dos links já bolorentos que por aqui andavam... não é que só visite os que aqui agora reorganizei mas, sem saber bem porquê, é a estes que bato à porta depois das ausências, é neles que me sinto mais familiarizada, ou identificada. Com o tempo hei-de repensar e reorganizar estas "pontes"!
Ontem fui ver " O segredo do couz couz", gostei... mas gostava muito mais se tivesse ido sózinha... arrastei três companhias muito desadequadas, 16+16, podres de sono e de fastio, fartam-se de gozar comigo quando digo que este é que vai ser mesmo bom, no Al Gore só faltou deitarem-se no chão a ressonar,... a terceira companhia... um homem de acção, muito mais virado para fazer aparecer coisas com as suas mãos do que com o seu coração e que não perde 5 minutos para mergulhar nas emoções e ondulações que animam e desanimam as relações e o mundo interior de cada um!
Para compôr, a sessão, promovida pelo Cineclube a quem estou muito agradecida, foi pontuada por um excesso de decibéis quase insuportável, tudo o que se disse naquele ecran foi-nos gritado aos ouvidos até à surdez...
Tirando isso achei o filme muito a meu gosto, cheio de silêncios e olhares muito humanos, fez-me sentir em família! Tudo se passa como se não estivessemos no papel de observador... não há espectáculo... é a própria vida que se desenrola no ecran...
Talvez eu goste mais de vida do que de espectáculo e por isso gosto de cinema pouco apreciado, parado, daquele que dá sono e nos esquecemos de nós e de tudo o que não seja aquela luz em movimento... a vida de algo que está para lá do escuro e do silêncio da sala onde nos encontramos, muito real, muito sentida, sem lantejoulas nem froufrous, sem explosões nem perseguições!

segunda-feira, setembro 22

Ecos e melodias do silêncio

O silêncio é sublime
apaga o que lá vai, alimenta o que há-de vir
é nele que me reencontro e é ele que me encontra quando ando perdida
conheço pessoas que no seu silêncio nunca estão caladas, outras que já se calaram há muito mas ainda as oiço
outras que no seu silêncio me gritam palavras mudas
... ecos do silêncio onde oiço tudo o que ficou por dizer
... melodias de palavras ditas em silêncio
... o silêncio dos olhares, a linguagem dos sentidos, o toque que é reticências, o abraço, dois pontos, travessão...
...a conversa acabada, sem retorno... ponto final, parágrafo
...tanto e tantas palavras, pensamentos e ideias que voam livres dentro de mim e me falam e gritam ou sussurram sobre o silêncio, do silêncio e em silêncio!

Outono e regressos

Pé ante pé, devagarinho, empurro a porta virtual
com cerimónia, em silêncio,... entro, penso:- ... estou sózinha... no ar ainda me conforta a memória dos encontros!
Encosto-me num canto, respiro baixinho e oiço-me a fazê-lo, estou viva e as portas estão abertas.
Para lá de mim a janela lembra-me... o Verão acabou, mais um que é empurrado por um Outono que promete o reencontro com as nuvens, e o frio, e a chuva.
O som abafado da natureza húmida, que na ansia de lhe matarem a sede abre os ramos e os regatos num abraço molhado de alegria!
Gosto do Outono
Está a chover...sinto-me fresca e preparada
PS afinal o espaço não está vazio, vou espreitar quem me espreitou

sexta-feira, setembro 19

Talvez nem seja necessário entender este interregno, talvez nem deva acreditar que calei este silêncio que se arrastou para lá da minha vontade...
... inércia? Certamente!
... preguiça??? Alguma!
Tenho a sensação de que os horizontes da minha vida estiveram voltados para outras paisagens, e de costas viradas para o migalhas, nada de premeditado, aconteceu!


Talvez afinal, eu, que quebro todas as rotinas e viro do avesso qualquer ideia que se faça, ou qualquer expectativa que se tenha em relação à minha pessoa, afinal ,dizia eu ,sou arreigada demais aos hábitos que estabeleci... é nesta cadeira azul, nestes espaços entre outros espaços, que me brota o desejo, a saudade e o impulso de procurar uma migalha que me console, e dê alento e alegria, que acrescente uma qualquer riqueza ao meu dia... e assim lembro-me e corro para o meu migalhas... aqui desaguo de dentro para fora, liberto-me, dou ás asas e entre voos pergunto-me:
- Se isto me sabe tão bem, quando abro esta janela que me dá momentos de gozo tão próprios, poque será que no meu horizonte estival este mundo fica tão distante de mim, que chego a esquecer-me da sua existência!!!
Voltei; agora que os meus dedos percorrem o teclado sem me darem sequer tempo para pensar estou segura, voltei mesmo e estou feliz por isso.
Migalhas, estou de volta, continuo a gostar de ti e dos nossos convidados, aqui vou voltar de novo para abrir a minha caixa de Pandora, o meu miolo mais recondito, o meu coração mole, a minha indignação, a solidariedade e ternura que sinto por todos nós, por todos vós, aqui vou voltar para os encontros, as palavras e as confissões!
PS não sei se por aí anda ainda alguém mas se eu fôr de porta em porta acredito que vou confirmar: NÃO ANDO SÓZINHA NISTO!
Beijos e xicorações
Bom fim de semana A TODOS

quarta-feira, julho 16

" O Regresso" ou "Marinho Pinto",

Quero voltar...
juro
quero, mas não consigo
Gostava de o fazer em grande... não, não é bem isso... quero voltar para postar sobre um tema grande,... e tão suculento que até me sinto cheia de despudor só por tentar descascar um fruto tão apetecido... faltam-me garras, e outras coisas.
Desculpo-me por não escrever algo de surpreendente sobre MARINHO PINTO, mas ouvi-lo foi um dos útimos grandes prazeres que a televisão me porprocionou, e por isso, vejo-me compelida a comentar as suas palavras e postura, antes de qualquer outra "migalha"... ou não me desculparia... é porque no meu blogue não falo só de migalhas, falo também de assuntos verdadeiramente interessantes, sobre pessoas verdadeiramente inteligentes e verdadeiramente cobertas de razão!
... e se eu não tiver prosa que baste, peço por aqui e ali palavras que falem por mim e festejem esta lufada de ar fresco, que me consola no meio de tanta pestilência !

quarta-feira, junho 25

DECARAÇÃO SOBRE PALAVRA DE HONRA

Este blogue é mais importante para mim do que possa parecer.

Como os amigos... também não os procuro com assiduidade, sou mesmo um pouco esquiva, mas dependo disto e deles... são como pulmões para mim, sem o que me sentiria um peixe fora da água.
Se fico fora por demasiado tempo posso mesmo passar mal... preciso de saber que existem... os amigos reais e o blogue, com os virtuais... todos se complementam e FAZEM-ME FALTA!
No meu mundo trivial, da lufa lufa quotidiana, saber que tenho uma janela para ver mais longe, outras paisagens, horizontes mais limpos, paisagens mais apelativas, ar mais puro para respirar, música seleccionada e sintonizada com os meus humores.
... quando eu voltar, (é isso, vou-me ausentar), gostaria de encontrar este espaço exactamente na mesma, com esta página branca para eu encavalitar as minhas ideias em forma de letrinhas, e com estes passageiros virtuais que me fazem sentir acompanhada neste deserto que me rodeia!
Até depois, daqui a uma semana estou de volta, vou ver o mar... é que ele e as suas ondas estão à minha espera
fui

quarta-feira, junho 18

AFINAL COMO É???

Cada um é como é... mas se pudéssemos contar com a palavra que nos é dada, mesmo nas relações corriqueiras do dia a dia, como se se tratasse de uma verdadeira intenção, seria facilitador para a compreensão que cada um tem dos outros!
Isto para aqui dizer o seguinte... IRRITA-ME de sobremaneira:
Quem diz que vai... mas não vai!
Quem não responde a um convite que lhe tenha sido feito, ainda que não possa comparecer, muitas vezes já o sabendo de antemão!
Quem se mostra solicito... sem o ser!
Quem promete e não cumpre!
Quem se prontifica... mas só em palavras!
Quem diz: - Amanhã... ou depois..., sabendo nós que, esta é a maneira cobarde de dizer: - Não me comprometo...
...e mais o... "depois um dia destes eu passo por lá", ou "aparece..." que é uma sugestão esquiva e descomprometida, que nos deixa muitas dúvidas sobre a consistência do convite.
Migalhas, insignificâncias sem gravidade, que fazem parte do tipo de relações que revela falta de transparência e frontalidade deixando outros pendurados em expectativas que nunca se cumprem... ou talvez sim...!
Lamentável, sobretudo para pessoas que como eu gostam de saber com o que podem contar! Encaro a lealdade como se fosse um requisito normal... e incontornável; gosto de dizer aos outros exactamente com o que podem contar, no que de mim depender... sei que nem toda a gente gosta dos meus nãos, muito bem articulados e com estrutura de betão, talvez gostassem mais de ter como resposta um : "nim"...ou um "talvez"... mas no meu caso só me comprometo e dou o sim em vez do não quando acabei de decidir que era possivel mudar de rumo!!!
Ao NIM não lhe reconheço a côr, nem a forma, não me convence, decididamente!
Não que tenha este tipo de ralações nas minhas relações... é mais aquele colega que diz: - Não compres... eu arranjo-te isso... Eu passo por lá e resolvo-te o assunto num instante... Assim que possa trago-te...
Pois se eu me estava a preparar para agir... fico pendurada... se ele vai não podemos ir os dois... se ele traz não vou comprar, se ele resolve não chamo mais ninguém... é assim que se penduram os pendentes até mais não... no geral esta é uma forma muito nacional de não fazer nem deixar fazer... mais que nacional é bem algarvia a frase que agora, mais do que nunca, entendo até ao tutano: "- Amanhã ou depois"...!!! aqui podem colar-se todo um ror de promessas que não temos intenção de cumprir; ou intenções que não passem disso mesmo; ou escapes airosos a compromissos a que não se consegue frontalmente dizer não!
Sou doutro tempo... em que a palavra dada, ainda que pudesse ser fraquinha, tinha a firmeza de algo de nós que se dá... que nos pertence... e ali fica, a substituir-nos, até que... nós voltávamos para a substituir pelos actos a que se reportava!
Tudo isto são migalhas, coisas sem gravidade, que nos obrigam ao grande exercício de aprender a viver BEM em sociedade, sabendo como somos diferentes uns de outros e é assim que temos de nos aceitar... com tudo o que nos une e nos divide... nem sempre é fácil... nem sempre apetece... simplesmente É ASSIM!

quinta-feira, junho 12

Publicidade aqui não!

Apesar de nunca o ter feito enviei a mensagem anterior para os rascunhos; era um mail que eu, bem intencionada e ingénua, aqui vim colar no meu blogue...


Quando comentei em casa que o tinha feito, o meu perspicaz companheiro alertou-me para a séria possibilidade de se tratar de uma manobra publicitária de um livro de fundamentos duvidosos, a que ele nem o crédito de terminar concedeu.
Sendo assim, e porque não gosto que façam a vidinha assente na boa fé dos naifs como eu, pura e simplesmente retirei a publicidade grátis que estava fazendo.


Já agora o livro era o Clube Bildelberg que, ao que parece, é uma ficção de duvidosa qualidade, a querer passar por História Política!
Obrigada ao Xistosa pelo comentário que deixou!

quarta-feira, junho 11

Há MAR, há MAR

Passeio redentor
Não encontro palavras para descrever a paz que trago dentro de mim, dei-me um passeio de quatro kilómetros, no ir e no vir, beira mar, eu, o mar muito verde, muito fresco e sedutor, a areia ora fôfa, ora compacta, debaixo dos meus saudosos pés... um encontro feliz, passadas largas, soltas, voadoras, olhos gratificados pousados no ondular que brinca com o meu olhar... e o meu andar, para cá... e para lá... fujo-te ou entrego-me, deixo a água fresca molhar-me os pés, que bom.
Os sons, o marulhar alegre do mar calmo, o pio de uma ou outra ave marinha, a minha respiração, e os meus passos a deixar as pégadas da minha libertação na areia.
No regresso já a minha passagem se diluiu, trago o pensamento solto e livre.
Palmos e palmos de areia, lagoas que o mar, por passatempo, desenhou na praia e vivalma, vivalma, só eu e uma ou duas pessoas com quem me cruzei, também elas distraídas do mundo, certamente também elas felizes, alheias de tudo, entregues ao que aquela imensidão de natureza nos proporciona... o tempo parado, e os meus passos, a minha respiração... e o mar, o mar imenso estendido à minha espera, no seu momento de calma, empenhado em lembrar-me quem sou eu...
No fim da caminhada um mergulho fresquíssimo e o prazer imenso do sol a aquecer-me o corpo satisfeito.
Que bom... no fim de semana quero mais... é que dia 16 é feriado por estas bandas...

segunda-feira, junho 9

ai ... mar

Falta-me o sol e o mar... agora que ele está aí ainda não lhe dediquei atenção... já lhe sinto a falta, o calor consola os sentidos, acalma as ansiedades, incita à contemplação e ao convívio, janelas abertas de par em par recusando os cantos escuros.
Tenho alguns cantos escuros que preciso de iluminar.
Vou pôr os pés na areia quente, vou refrescá-los no mar, vou esperar que isso me console e conforte.
Tenho saudades do mar e da praia e sei que ela também tem saudades minhas, anseia por me estender as suas areias para que nelas me espraie, atirar-me suavemente a água do seu mar sobre os pés, refrescando-me o corpo, lembrando-me que também eu sou gota, também faço parte, diluo os meus gestos em continuidade perfeita com o movimento das suas ondas, energia pura, em festa e em luz.
Nostalgia do mar... ele aqui tão perto e distraí-me da sua proximidade... agora que quase que lhe toco, chega a doer-me no peito a falta que lhe sinto!
Bom feriado

terça-feira, maio 27

Amigos improváveis

O maior deles todos é mesmo grande... de uma grandeza generalizada, que faz dos outros, os pequenos, pequenas amostras da espécie... todo negro, com porte de gigante e comportamentos simpáticos e brincalhões, distraído da sua aparência assustadora, que mantém os estranhos à distância, cautelosos, cozidos à parede, só com a insistência das nossas palavras de confiança, esquecem aquele primeiro susto e, reconhecem então a sua aproximação carregada de simpatia e afabilidade !


Este portento tem dois apêndices, pequenos e fieis, que o adoram e que ele adora... não fossem os três companheiros de uma infância de aventuras e liberdade, à solta nos campos, dentro e fora da quinta, pois, embora o espaço seja grande, não resistem à descoberta do que está para lá dos muros, o outro mundo, com outros perigos, companheiros,... e outro tanto que só eles conhecem!


O gigante e os seus amigos, são um prazer para quem os vê; todos nos deliciamos, todos reconhecemos o lado improvável daqueles laços de amizade... mal sabem eles o quanto diferente nos parecem, ao nosso olhar criterioso, aquelas disparatadas desproporções.
Pandinha, todo sensível e peludinho, malhado de branco sobre um pêlo preto e sedoso, muito infantil, tem sentido nos últimos dias, no pêlo, a segregação e os maus tratos da parte do seu rabugento irmão... Formigo, descobriu o seu perfil de reguila, depois de lhe ter passado a roda de um automóvel por cima, em manifestação pós-traumática, digo eu , sarapintou o pêlo, também negro, de um branco aqui e outro ali, que lhe dão um arzinho de maduro e, daí em diante, partiu para outras tendências... fez-se refilão, e mesmo muito pouco cordial para com o irmão... dá-lhe para o ciúme e a possessividade e quer o Zappa todo só para ele! Será que não vê a enormidade do fiel amigo, a generosidade e paciência com que aceita a dupla? Não achará ele que é muito cão para um só minorca?... não entenderá que a partilha gera mais e mais brincadeira? Assim parece!!!
É que a história está ainda incompleta, falta outro improvável elemento... uma cadelinha, com cerca de 5 anos, muito ciosa de si e do seu espaço, com feitio de poucos amigos, recebe as visitas refilando até que a mandemos calar, pois para ela todos os que não são de dentro são de fora... ou seja, ou vivem no Monte, ou para ela são intrusos, por mais que nos visitem, por mais que apareçam... feitios...
A aparência da menina é a de uma esfregonazinha velha, pequenina, contraria esta descrição com uns arranques de boa disposição quando dá corridas furiosas de um lado para o outro, empurrada por uma qualquer energia, feita de saudade curada na alegria de nos rever quando voltamos da rua, mas logo se aquieta voltando à sua habitual postura de solitária e sonhadora rapariga casadoira, a quem só aparecem noivos, mais uma vez, improváveis.
O seu nome, improvável também: Xakira!
É aqui que bate o ponto... ou seja a "nódoa", o motivo destes novos atritos, tem um enquadramento e na moldura do Formigo está estacionada a Xaquirinha, bela, cheirosa e sedutora coberta do seu manto de pêlo de esfregona usada, com feias marcas de olheiras feitas de despenteado pêlo acastanhado sobre um fundo branco sujo, muito sujo, malha aqui, malha acoli, tudo muito desordenado e irregular... a minha Xaquirinha é mesmo feiosa... mas ela não sabe... e não sou eu que lho vou dizer!
E lá andam todos, no seu grande espaço, despreocupados e bem cuidados pelo dono e mimados pela dona, empurrados por impulsos e instintos vão gozando os dias na descontracção que Deus lhes deu. Não me sinto DONA de coisa nenhuma mas nisto dos cães é assim que me vejo, pois eu sou tanto dona deles como eles donos do meu amor e ternura por eles, cada um na sua vidinha cada um no seu espaço!
O Zappa, grande em tamanho e simpatia, ai de nós quando lhe cheirar a namoros, acaba-se de vez com as amizades improváveis... o Pandinha, encolhido e surpreso com a nova agressividade do irmão, até há data tão igual, tão irmão, o Formigo menos irmão e mais macho, mais fera mais instinto, apesar do seu diminuto porte, sempre vai mostrando os caninos afiados a alguém... o inconformado sangue do mesmo sangue... e finalmente a donzela, a Xaquirita, entre o indiferente e o pomposo, de juventude duvidosa, sempre vai aproveitando os admiradores, alguma cor e animação hão-de trazer à sua pacata existência...
E nós, os racionais cá nos vamos divertindo com estas nuances do relacionamento canino, tão mais legítimo e compreensível do que, bom enfim... era do fiel amigo dos homens que tratava a minha vontade de escrever... não tencionava bater em ninguém a esta hora.

o que me faz feliz

o que me faz feliz
o meu mundo ao contrário

O meu Farol

O meu Farol

A bela foto

A bela foto
o descanço dos meus olhos

A minha cama na relva

A minha cama na relva

O meu Algarve

O meu Algarve

...enquanto uns trabalham...

...enquanto uns trabalham...