quinta-feira, outubro 11

FIDELIDADE/ LEALDADE

Um comentário é um comentário!
Antes de ir "à da Marta", como se usa dizer por aqui, vou aliviar as palavras, as ideias... senão chego lá e alargo-me mais do que gostaria!
Ainda sobre fidelidade e lealdade, ou melhor, infidelidade e deslealdade:
penso que a infidelidade é um conceito imposto socialmente e que para mim significa ter uma relação monogâmica, assumida dessa forma bilateralmente, e excepcionalmente uma das partes cede ao desejo de uma aventura sexual fora da relação, pontual ou não, só com o tempo se pode dizer. Isto é humano, óbvio; será uma forma de nos sentirmos livres, em movimento, enfim os motivos podem ser de muita ordem, mas penso que o desejo irresistível está por lá, senão não vale! Resumindo: a infidelidade acontece, ponto!
A lealdade já me parece que não mora no corpo, como a infidelidade... é uma questão de carácter, de educação, de moral, de princípio! Quando se tem essa postura, este comportamento franco e leal reflecte-se em toda a nossa vida social; quem assim se comporta sabe ser esse o preço da liberdade!
Os actos que cometemos, as atitudes que assumimos, tudo enfim o que é o nosso percurso, só a nós compete decidir se vamos ou não por aqui ou por ali, essa é a nossa verdade, a liberdade que nos assiste por sermos adultos, por sermos racionais e supostamente inteligentes, em diferentes medidas, e em movimento evolutivo.
Não deveriamos sentir ser a mentira o caminho ou a solução, quando as nossas opções não se encaixam em pressupostos assumidos, com a melhor das intenções, mas que nem sempre se conseguem manter.
Na minha vida sei lidar melhor com um desvio, um erro ou uma tentação do que com uma mentira; a mentira rouba-nos a liberdade de sermos quem somos, a vontade de nos compreendermos e ajustarmos comportamentos... é uma espécie de saída à adolescente que não aponta para nenhuma sublimação, não dá ao outro, quando o que se esconde é uma"escapadela", a dignidade de encarar o facto e lidar com ele.
Na minha ingenuidade e sede de me assumir inteira, com tudo de bom e de mau que transporto dentro de mim, e se reflecte nos meus afectos, nem saberia onde esconder uma verdade tão incómoda!
Não resisti à tentação, cedi... não quero transformar essa experiência que se instala dentro de mim em culpa... nem tão pouco fazer de conta que nada se passou!
Não sei viver sem a liberdade de ser quem sou; quero levar a minha vida de rédea na mão, decidindo quando a rédea vai curta ou solta, podendo escolher os meus limites.
Não sei olhar os olhos de quem quero que me veja inteira e impôr limites à transparência, ao mergulho do outro, e no outro. Ter de esconder com o olhar é construir uma fronteira invisível de um território que passa a ser só nosso, não porque todos sabemos que existem recantos só nossos, mas por termos a defender um acto, a que nem pretendemos dar grande valor, mas que afinal nos atira, irremediavelmente, para um mundo que teremos de defender, daí em diante, sabendo que a arma que usaremos será só uma: a mentira, o embuste!
Já usei o meu blogue para comentar o da Marta, agora vou expreitá-la, sabendo que mesmo que comente já não abuso!

1 comentário:

Anónimo disse...

Ainda bem que o escreveste aqui.

Não por abusares, mas porque merecia ficar no teu blog, uma tão bela afirmação de carácter.

Também reajo assim, à mentira.

Mas tenho-me perguntado, ultimamente, se não me daria menos dissabores e menos trabalho, não saber duma escapadela.

Falo duma escapadela, não de outra coisa qualquer, porque das outras quererei sempre saber.

Aqui, a minha pergunta é diferente.


Beijinho minha querida e obrigado por ires "à da Marta"

o que me faz feliz

o que me faz feliz
o meu mundo ao contrário

O meu Farol

O meu Farol

A bela foto

A bela foto
o descanço dos meus olhos

A minha cama na relva

A minha cama na relva

O meu Algarve

O meu Algarve

...enquanto uns trabalham...

...enquanto uns trabalham...