quarta-feira, maio 13

Sem vrrrrruuuummuuuuuss, por favor!!!

É curioso quando somos levados a reconhecer a existência de algo pela sua ausência!
O ruído
Quando o nosso dia é passado num ambiente onde muita gente circula, sendo que a maior parte são jovens e crianças, é uma constante o barulho de fundo que acompanha todos os momentos das nossas horas de trabalho!
Através desse som permanente podemos sentir o pulsar dos ânimos, dos humores!
Ao entrar na escola, logo de manhã, posso, quase, adivinhar o clima... o dia da semana... a época do ano...
Outras vezes um conflito latente que provoca um sururu, uma trica, uma fofoca, novidade ou surpresa e logo as conversas sibiladas pelos cantinhos... tudo, tudo isto se reflecte no meu ouvir e se traduz numa informação que com o tempo vou aprendendo a descodificar!
A excitação do fim-de-semana ou o entusiasmo com os finais de período... ou os primeiros dias de sol, são particularmente barulhentos!
As cenas de "porradona", e então quando o conflito é entre miúdas, dão sempre um ar que se enche de ruídos de felicidade geral, de festa, com pompas de grande evento iminente, imperdível, desmarcado mesmo!
Certos acontecimentos, mortes e acidentes, doenças e catástrofes naturais, por esse mundo fora, acordam a escola num respeitoso murmurar, entre sussurros e conversas sentidas, até que a normalidade se instale de novo!
Hoje, um misterioso e acolhedor silêncio acompanharam os meus passos quando entrei na escola e subi as escadas até à biblioteca!
Uma ausência, um vazio, um limbo sonoro... como se tudo esperasse um início anunciado de qualquer acontecimento que me escapava!
Assim começou o meu dia, neste aprazível fundo sonoro mudo e quedo, onde, apesar de rodeada de cerca de 400 pessoas, me senti quase a única com existência real , e os outros faziam a habilidade de serem em silêncio, parte do meu mundo!
Sou, (falo por mim embora me pareça que não se pode ser doutro jeito), fisícamente muito sensível aos sons/ruídos que me acompanham... penso que esta sensação de "bagunça" se instalou no fim-de-semana dentro da minha cabeça, pois levei o "santo" domingo a ouvir um campeonato de motocross, ali ao alcance do meu aparelho auditivo, uma autêntica violação, em que eles vruummm, vrummm, vrruumm vrruumm todo o dia, um gasto de combustível e paciência, um desespero, dizia que este caos auditivo em que fiquei só hoje se desanuviou, "por conta" desta aprazível e aparente acalmia que hoje se respira na escola... e nem sei porque é... efeitos da crise, talvez, um compasso para digerir, um tempo para carregar as baterias, no silêncio da nossa interioridade!
Sem vrruumms, nem vrruumms!

2 comentários:

claras manhãs disse...

Hoje em dia estou tão habituada ao silêncio, que ir a um restaurante é uma orgia de ruídos

Cristina Paulo disse...

Eu também ando cada vez mais sensivel ao ruido. Espero que tenhas recebido o meu email com o que tinhas pedido.
Bjos meus

o que me faz feliz

o que me faz feliz
o meu mundo ao contrário

O meu Farol

O meu Farol

A bela foto

A bela foto
o descanço dos meus olhos

A minha cama na relva

A minha cama na relva

O meu Algarve

O meu Algarve

...enquanto uns trabalham...

...enquanto uns trabalham...