sexta-feira, abril 4

O que distingue o "homem" do "ser humano"?
Falou-se da inteligência, do sentido crítico, da cultura... porque não?
Para mim o factor que realmente é determinante é a capacidade de amar... não o namorado, o marido, a mãe ou os filhos, isso nem me parece muito especial, falo de uma outra forma de amor, compassiva e solidária, franca e intensa, por tudo o que é vivo, feito da mesma matéria, obra da mesma criação.
Aquele respeito amoroso pelas árvores que cumprem com rebentos, a cada primavera, o seu ciclo, aquela atenção e cuidado pelos animais que podem ser crueis mas nunca são desnaturados, aquela ternura, de lágrima fácil, por tudo de bom ou de mau que acontece aos filhos de outros, e aos outros, como se o sangue deles nos corresse nas veias, aquele sentimento solidário que se congratula com as alegrias que não são suas e se compadece com os males que caiem sobre o destino dos outros.
Enquanto existem comportamentos, desviados, quanto a mim, do normal, que se subjugam sem sentido crítico nem dignidade aos poderosos, bajulando-os e prestando-lhes cínica e servilmente os seus serviços e apoio, outros têm a prática contrária respeitando e elevando a consideração daqueles que, apesar de humildes, se apresentam cobertos de simplicidade e transparência. Ser delicado e respeitador com quem se sente ou é tratado como um ser de segunda é subverter a inevitabilidade vigente...
Os seres ditos de segunda, e os outros que afinal não conseguem sobreviver sem eles que são quem tudo faz e tudo produz, viveriam melhor e em maior harmonia se pairasse no ar algum amor, alguma fraternidade.
Quanto a mim é esse sentimento que nos eleva, nos distingue e fará de nós, finalmente, seres humanos racionais e inteligentes
Bom fim de semana

2 comentários:

xistosa, josé torres disse...

Há coisas que a razão não consegue explicar.
O servilismo e a bajulação, estão presentes no ser humano, em maior ou menor escala, dependendo dos "desvios" de comportamento de cada um.
Penso que o "homem", (implicitamente, também a mulher), num sentido absoluto, têm boas qualidades físicas ou morais, são valentes, enérgicos, robustos, firmes nos sentimentos, trabalhadores, bons pais e contribuem para o desenvolvimento da vida comunitária.

O "ser humano", só em si, abarca, (como costumo dizer), tudo o que mexe.
Talvez o servil, (que todos o somos e mal da humanidade que não o fossemos), seja um produto do espezinhamento durante muitos anos.
Talvez fiquem os genes.

Mas a fraternidade, nunca poderá ser construída com bases servis, nem tal seria possível em seres racionais.

Levantou um problema engraçado, o "homem", esse "ser humano".
Não sei se terei tempo, mas tenho algo que me soa a isto.
Vou espreitar.
Um bom fim de semana.

inespimentel disse...

Tem razão Xistosa, quando falo dos que se "agacham" não incluo os que não tiveram alternativa na sua vida pois sempre foram espezinhados mas daqueles que podendo fazer a diferença, por estarem em esferas de decisão, nada fazem, senão amém, ao poder instituido.

o que me faz feliz

o que me faz feliz
o meu mundo ao contrário

O meu Farol

O meu Farol

A bela foto

A bela foto
o descanço dos meus olhos

A minha cama na relva

A minha cama na relva

O meu Algarve

O meu Algarve

...enquanto uns trabalham...

...enquanto uns trabalham...