quarta-feira, abril 16

Post sobre coisa nenhuma

Tenho sido pouco assídua a postar...
Gosto de escrever e pergunto-me se estou com falta de assunto
É problema que não costumo ter; dêem-me um bom "parceiro" que não me calo uma tarde inteira.
Adoro conversar, quase tanto como de estar calada; tanto gosto de falar como de ouvir, dizem que sou uma boa ouvinte... desenvolvo com o mesmo prazer temas variadíssimos, não tenho assuntos tabu, gosto de falar da minha vida, das minhas experiências, embora não abra o meu "poço" dos "segredos" a praticamente ninguém, salvo um ou outro momento excepcional com alguém bem próximo. Gosto também, a valer, de ouvir um amigo ou uma companhia descorrer sobre si, o seu mundo, as suas alegrias ou as suas ansiedades, os seus planos ou medos, as suas hesitações, a sua coragem ou tudo o mais que tenha para me dizer. Tudo isto deve ter para mim um formato à minha medida: se fôr uma conversa e não particularmente interessante, ao fim de uma hora estou farta de duas fujo. Porque eu acima de tudo amo o silêncio e, por vezes, amo a música e os sons do campo à minha volta!
Por outro lado, é com imensa facilidade que me exponho, dizendo o que penso e confessando promenores da minha vida, daqueles que para alguns serão inconfessáveis, como por exemplo a miséria de ordenado que mal me dá até meio do mês (sem médicos, nem seguros, nem extras, nem ... nem, senão nem uma semanita rende), alguns planos ou projectos que além de me trazerem benefícios a mim podem também trazer aos outros, ou o orgasmo na minha vida, desses segredos não guardo!
Por outro lado tenho receio de me tornar repetitiva, lá vem esta armada em espiritual, ou falar da bonita e grande família que tem, ou da maravilhosa experiência que é trabalhar numa biblioteca escolar, ou do amor, ou da amizade.... mas é como se de repente já tivesse dito e partilhado tudo....
Como se estivesse à espera que novos horizontes se abrissem para deles vos poder dar conta, ou que algo na minha vida ficasse de pernas para o ar e aqui visse encontrar o sentido da minha gravidade, ou mesmo que depois de perder um qualquer rumo viesse ao migalhas procurar o Norte...
Nos últimos dias vou espreitando novos blogues e fico tão gratificada por poder olhar para dentro de outras cabeças, outras vidas, corações abertos, portas escancaradas prontas a receber visitantes anónimos, espalhando de si pedacinhos por aqui e por ali, com tanta coragem , tanto humor e alguns com imensa inteligência e criatividade.
A todos os outros que me ajudam a entender melhor e de diferentes modos o mundo que me rodeia, aqui fica um bem haja e um até já... ou... porque não, um até sempre!

10 comentários:

Anónimo disse...

Linda, não feches o blog.

peço desculpa, neste momento passo a vida a fazê-lo, mas estou a passar uma fase da vida tão negra,

e é com esforço que escrevo, mas também é a única coisa que me faz não pensar, e neste momento só queria não pensar, adormecer e acordar talvez daqui a uns dois anos, talvez já estivesse melhor, porque ainda falta passar o pior.

Inês, mantém aberto. caramba ninguém é obrigado a escrever, só se faz quando apetece.


beijo grande

FRANCO disse...

Cada um de nós tem um mundo dentro,
uns passam parte dele cá para fora
outros guardam-no como se de precioso se tratasse.
Mas a partilha dos nossos mundos, serve para muitas coisas aos outros,
há lições de vida que nunca se esqucem,
invejas ,ciúmes
há partilhas que nos fazem crescer
isso é o mais importante.

disponha

Anónimo disse...

"Post sobre coisa nenhuma"????
Desculpa, mas discordo. Este é um post sobre todas as coisas que são tuas, logo são importantes para serem tudo!

É sempre bom partilhar, estados de animo, gostos, enfim nós próprios. Soubes-te o fazer bem e principalmente fizeste-o sem tabus.

Tens de postar mais!

xistosa, josé torres disse...

Como já disse em tempos, levo a vida na brincadeira e um post, mesmo sério, eu transformo-o.
Estava a lê-lo e lembrar-me duma anedota.
Não ... não me comece a insultar que não mereço.
Um caçador de feras, principalmente de leões, numa roda de amigo, contava as suas aventuras e caçadas ...
- Ás tantas vejo um leão vir direito a mim e eu sem a espingarda.
Não perdi a calma ... quando ele abriu a boca para me morder, introduzi-lhe a mão direita pelas goelas abaixo, agarrei-o pelo interior e com a outra mão, agarrei-lhe nos tomates, puxei com a mão direita no sentido contrário ao da esquerda e consegui virar o leão do avesso ...

Foi isso que a "inespimentel" fez ... uma introspecção dentro dos limites que impôs.
Se ler os comentários que deixo nos outros blogues e até aqui, há locais, onde nos sentimos mais há vontade e desabafamos.
Penso que não expõe a vida mais íntima em público e que desabafa o que se passa interiormente.
Penso que não faz mal.
É uma catarse para os espiritualistas da Net.

Carlos Rebola disse...

Olá Inês
O seu post é londo de ouvir e não é só seu, os silêncios entre as palavras é que tornam esta intelegíveis...
O silêncio é a oportunidade que damos ao grito de se manifestar...
Inês não esperes que te dêm um bom parceiro, vai tu ao encontro dele, e quando o encontrares não será preciso a fala, o silêncio estabelecerá a comunicação...
Beijos e esquece o até sempre
Carlos Rebola

inespimentel disse...

Marta, martinha... claro que não fecho... assim como tu, eu gosto disto, faz-me falta, mesmo quando estou ausente...
Fico a torcer, do fundo de mim, para que essa nuvem negra em cima da tua cabeça se desfaça em água, quanto antes, e te lave a alma e deixe um hrizonte mais límpido... e fiques bem.

inespimentel disse...

Mário Franco, quando somos adolescentes temos que experimentar para aprender... depois de maduros "tudo" nos serve de aprendizagem e crescemos por dentro com as lições que partilhamos.
...brigades pelo comentário.

inespimentel disse...

Francis,comecei a escrever sem saber por que caminhos me levaria o teclado... nem sempre o faço mas dei logo à partida o título que sugeria a motivação: coisa nenhuma...
Todas as partilhas nos fazem bem, penso eu...
Obrigado por deixar o seu comentário, são as pegadas de quem passa...

inespimentel disse...

Xistosa os seus comentários são já uma companhia aqui no blogue e pode levar o que entender para a brincadeira que eu não sou de melindres.
Os blogues são como o leão nas mãos do caçador: viram-nos do avesso, expõem-nos as entranhas... no bom sentido.

inespimentel disse...

Carlos é verdade é no silêncio que se liberta a VOZ mais íntima!
Os parceiros de que falo são os bons interlocutores, bons para trocar ideias e conversar.
Um bom parceiro para partilhar os silêncios é outro assunto, não era a esse tipo de parceiro que me referia, essa companhia não me falta!
Agradeço a visita

o que me faz feliz

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o meu mundo ao contrário

O meu Farol

O meu Farol

A bela foto

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o descanço dos meus olhos

A minha cama na relva

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O meu Algarve

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...enquanto uns trabalham...

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