segunda-feira, janeiro 19

... um fim... um começo... a morte!

A nossa sociedade tem , com a morte, uma relação de cerimónia que não facilita nada. Eu explico... quando as pessoas que amamos estão doentes, ou "gastas", esse é um facto que condiciona, em absoluto, os nossos sentimentos e emoções quando estamos junto delas!
Por tradição, e cultura, nesses momentos falam-se de coisas levezinhas, até banais... não gostaria de entrar naquilo que é o mundo mais intimo e profundo, nos pensamentos mais solitários e reservados de cada um, sem ser para isso convidada... a mim parece-me que trazer o assunto à baila, falar abertamente do que se sente, dos medos e dos anseios, do pavor, do pânico associado à morte, poder procurar aconchego e ânimo nas palavras dos que nos amam, com eles refectir, reforçar a ideia de que a morte é um fim, é terminar tudo o que conhecemos, partir em direcção a um nada, o total desconhecido... para alguns, o vazio absoluto... para outros uma aventura... assustadora, adiável até ao último apelo, mas o começo de uma outra forma de existir.
Seguindo a ideia de que tudo se transforma, também nós vamos largar esta forma fisica, que é a única coisa que conhecemos, mas a energia pura, que habita cada uma das nossas células, há- de encontrar outra morada, outra forma de vida, um desconhecido caminho para nós, há-de ser revelado no momento em que se cumprir o nosso destino... depois ficaremos noutra dimensão, e outro será o percurso dessa luz que já não habita o nosso corpo, mas encontra morada algures no universo.
Esta foi uma curta passagem; para uns mais curta para outros mais longa, mas eu não vim do nada, não sei onde esperei pela minha vez de encontrar a porta que a minha mão me abriu para esta vida...
Quando me fôr, acredito que outra dimensão me espera, a mim ou áquilo que eu consegui fazer com as ferramentas que tive, com o amor que usei, para tornar a luz dentro de mim mais limpa, mais intensa e mais diluida em todas as energias e todas a existências em meu redor, no sentido de me unir á energia mãe, ou pai, e ultrapassar esta embalagem física, esta consciência terrena, sempre e o mais que eu possa!
Estas convicções tão subjectivas invadem-me, atormentam-me, tiram-me o chão, desorientam-me... ganham-me o céu, enfim, é aquilo que se avoluma dentro de mim quando a vida me fala de doença de morte... são apenas palavras, pensamentos, cristais de dor com que quero e tento aprender a lidar... porque se não há volta a dar à morte, então o caminho é mesmo tudo fazer para a aceitar, tentar entender, interpretar... não é nada fácil... todos os dias, de uma forma ou outra, reconheço a morte... sempre por perto, mas na minha vida (entenda-se, dos que amo) ainda um pouco invisível, fugidia, a dar-me tempo... e ferramentas... e eu a aproveitar... e a adiar...

9 comentários:

♥ Pedaços de Cor♥ disse...

olá
Estamos em saldos.
Aproveita as últimas peças!

Dá uma espreitadela*
Beijinho

Boa semana
=)

claras manhãs disse...

Claro Inês
Mas penso que não adiamos, vivemos o que temos a viver, melhor, pior ou quem dera, para um dia estarmos prontos.
Será que algum dia estaremos prontos?
Há muitos que estão, que têm saudades do que virá, só porque acreditam que será muito melhor.
Estarei pronta algum dia?
É a pergunta que faço, às vezes, só porque gostaria de ser menos imperfeita.

beijinho.

Vou-te mandar um mail, mas tenho de o procurar.

Sam disse...

Tb só tens coisas que tatormentam?

olha meu amor eu não acredito em nada disso que a gente depois de morrer, anda por aí, energia, dimensões, reencarnações e assim. morremos pronto.não há mais nada. acabaou. por isso é que temos de viver.

como diz o Eugénio:

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.


é urgente viver. sempre.sempre.todos os dias.

beijo doce
beijo terno.

Blimunda disse...

Lamento desapontá-la mas a única luz da qual tenho conhecimento que irradie de um ser humano depois da morte, é a ténue chama de fogo-fátuo sepulcral. É triste, arrepiante mas é a realidade.

claras manhãs disse...

Blimunda,

o facto de ser a única coisa de que tens conhecimento, não quer dizer que seja a única realidade.

inespimentel disse...

Não Blimunda, não lamente desapontar-me, porque não o faz... aquilo que você conhece, ou desconhece, nunca poderia desapontar-me... é a sua cabeça, são as suas certezas ou convicções... só me desapontam aqueles que pensam que a sua verdade É A VERDADE... é que verdades, cada um tem a sua, e, na minha, cabem verdades que a realidade considera cientificamente não provadas ou improváveis.
Na minha verdade cabe a certeza de que muito do que não vemos... existe, e no que toca a fés, ou convicções, cabem todas as que se possa imaginar... desde que não chateiem!
É assim a minha verdade!

inespimentel disse...

Sam 100% de acordo: É PRECISO O AMOR, daquele que dá sem pedir em troca que se cumpram as nossas expectativas, inteiro, sem cobranças, sem retaliações, puro.
Permanecer num estado "amoroso" é bem bom, e surte efeitos giros!

inespimentel disse...

Minuxa, é difícil prepararmo-nos para o desconhecido, temos poucos elementos!
Eu estou de olhos bem abertos e vou construindo a minha
"história", mas sei que só quando, ou se, enfrentar a morte de frente, é que vou perceber do que se falava... é como a maternidade, e o 1º filho, até o termos nos braços teorizamos, quando nasce toma conta de nós, completa e irremediavelmente... a morte e o nascimento...

Blimunda disse...

Clarinhas, claro que não. A realidade é aquilo que queremos que seja, tão-só isto. Qu é feito de si, não voltou ao quadratura?!

Inês, tem toda a razão. Longe de mim a presunção de que a minha verdade seja universal. Às vezes nem eu acredito nela, veja bem!

o que me faz feliz

o que me faz feliz
o meu mundo ao contrário

O meu Farol

O meu Farol

A bela foto

A bela foto
o descanço dos meus olhos

A minha cama na relva

A minha cama na relva

O meu Algarve

O meu Algarve

...enquanto uns trabalham...

...enquanto uns trabalham...