sexta-feira, fevereiro 22

Aqui e agora

Venho embalada em memórias que me foram acordadas na visita ao Claras...
Curioso... quando olho o meu passado sei que nem tudo correu bem, posso mesmo garantir que lutei, muitas e muitas vezes, pela minha sanidade mental, até ao limite de sentir que ela já me estava a escapar sem eu ter dado por isso...
Apesar das circunstâncias me terem sido penosas não sinto nem uma pontinha de azedume;
sempre assumi que ficar era uma opção... minha e de mais ninguém!
E dá-se um fenómeno muito curioso... as minhas memórias desenham-me nos lábios um sorriso tranquilo... tudo bem, sei que podia ter tomado outros rumos... olho para mim, aqui, agora, e reconheço que soube aproveitar, e muito, para fazer de mim um ser humano , uma mulher melhor! Com mais certezas e mais capaz de encarar as dúvidas.
Nada mais sobressai a essa certeza;
Foi a vida que escolhi, ou por ela fui escolhida, e por onde andei colhi... colhi conhecimento, de tanto morrer e renascer aprendi a relatividade dos dramas... e de tudo o resto!
Nem raiva tenho, a ninguém... sou incapaz de ódio!
Aprendi a ficar sozinha com as minhas fragilidades e a encontrar nelas alguma força!
Nem sou muito de subir ao sótão dos meus arquivos, só porque, noutros tempos o tive de fazer, obsessivamente, na tentativa de entender o presente; tenho os dias muito preenchidos, não é altura de arrumar a casa... sei que de tempos em tempos o silêncio vem e exige o seu espaço... quer como resposta um olhar para dentro, um compasso de espera... assim o faço.... depois lá vou eu outra vez...
Gostava de, na recta final seja ela qual for, olhar para trás e ver refectida no espelho a imagem duma mulher que, no olhar revela um sonho e nos lábios a tranquilidade de um sorriso maduro, onde se lê o equilibrio do fiel duma balança, de um lado a capacidade de entender e perdoar, a si e aos outros, do outro a vontade que persiste, a garra a força, o prazer da luta e da conquista que dá fibra e sentido aos passos que , uns perseguindo os outros, fazem o caminho e definem a rota!

1 comentário:

Anónimo disse...

Já não tenho azedumes, nenhuns mesmo
mas para mal dos meus pecados, como dizia a minha Avó, tenho uma memoria de elefante,
o que me ajudou a não cair nos mesmos erros com os meus filhos.

Tu ficaste, porque eras maior e vacinada,
as minhas más memórias, muitas, medonhas, são as da infância, e adolescência
em que tive de ficar, até fugir,
por não poder ter opção.

o que me faz feliz

o que me faz feliz
o meu mundo ao contrário

O meu Farol

O meu Farol

A bela foto

A bela foto
o descanço dos meus olhos

A minha cama na relva

A minha cama na relva

O meu Algarve

O meu Algarve

...enquanto uns trabalham...

...enquanto uns trabalham...