quarta-feira, março 19

pitada de melodrama... coisa de mulher...

evaporei a vontade
diluí o desejo
abortei as certezas
esqueci o nome
sequei as lágrimas
parei os passos
as mãos inertes
os braços caídos
costas curvas
fardo invisível
porta fechada
sem vontade, sem vontade
para cima e para baixo
o humor sem graça
sem sorriso
triste... triste...
tem dias assim...
não empurrem, nada digam, não entendo a vossa linguagem,
não me enganem, eu sei que estou só
amanhã talvez consiga sentir o teu calor,
talvez os meus olhos consigam ver-te...
ver-te chegar, na linha do horizonte, de verdade
... hoje, não passas de uma ilusão,
um croqui, um rascunho dentro da minha cabeça.
Estico os braços em redor
cabra-cega, cabra-cega
as mãos, cegas também, abrem-se à esperança de algo agarrar
... e fecham-se vazias, unhas cravadas na carne, apertando o nada para que não lhes fuja

PS vou interromper a minha rotina por uns dias... prometo voltar com as mãos cheias de coisa nenhuma mas outro humor... vou à minha terra, espreitar laços, carregar baterias.
Fiquem bem!

7 comentários:

Anónimo disse...

alô, Inês, chega antes de Sexta se me quiseres encontrar na Capital - beijo, Jorge (a Graça abriu isto).

escada acima escada abaixo... tudo passa. ( encontramo-nos por cá? ) g.

Anónimo disse...

Espáduas brancas palpitantes
Asas no exílio de um corpo
Os braços calhas cintilantes
para o combóio da alma
e os olhos emigrantes
no navio da pálpebra
encalhado em renúncia ou cobardia. Por vezes fêmea. Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro
presa na teia dos seus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis.

Para ti (Natália Correia)

Graça

inespimentel disse...

Que bom ver-vos por aqui
Graça, que bem escolhido, este que me deixaste.
Jorge... já fui, já vim, e encontrei o que procurava... por isso deixei-me ficar por ali, no 86 - 2esq...de Lisboa é o que mais preciso!
Abraços aos 2

xistosa, josé torres disse...

As unhas cravadas na carne ... apertando o nada para que não lhes fuja.
Talvez um nada seja mais que "um tudo" que nos empecilha, perturba e deixa no meio da ponte".
Um nada é mesmo o que podemos contar ... não nos perturba!

Oxalá que as amêndoas tenham sido doces.
As minhas, de chocolate, tinham caroço, que rejeitei.
Agora podemos descançar uns meses largos do consumismo!

xistosa, josé torres disse...

Acabaram as amêndoas ... é tempo do regresso ao normal.
As rotinas são para continuar, inexoravelmente!

Anónimo disse...

Minha querida


como sei o que são esses dias.

mas já estás bem, o que era mais importante.

E como diz o Xistosa, as rotinas são para seguir, apesar de haver sempre algumas que podemos partir.

Beijo

Filoxera disse...

Bonito!

o que me faz feliz

o que me faz feliz
o meu mundo ao contrário

O meu Farol

O meu Farol

A bela foto

A bela foto
o descanço dos meus olhos

A minha cama na relva

A minha cama na relva

O meu Algarve

O meu Algarve

...enquanto uns trabalham...

...enquanto uns trabalham...