quarta-feira, janeiro 28

Ridícula tristeza, a nossa!

É recorrente, nos meus passeios por aqui e por aí, sentir, o quanto desiludidos os portugueses vivem, consigo e com o seu país... parece , de facto, que nada se consegue mesmo aproveitar... o desalento e o desânimo são transversais, do mais novo ao mais velho, do mais rico ao mais pobre, como uma seta envenenada que trespassou a sociedade portuguesa e a deixou triste e envergonhada de si, sem esperanças nem desculpas, todos estão de acordo, todos sabemos o que sentimos e vemos!
... e eu não posso deixar de concordar com aquilo que está bem à vista de todos e perguntar-me... onde será que nos perdemos, que será que nos aconteceu?
Já antes de nós, muito antes, sofriamos destes sintomas, destas incapacidades, e, se sempre me divertiu vê-los retratados com mestria, o mesmo já não se pode dizer do convívio directo e o incómodo que acarreta esta "conformada forma de vida"!
Não sei onde começou, ou se algum dia foi diferente, como a nossa história parece indicar, mas sei que, enquanto outras gentes de outros países, europeus, percorria passo a passo, a aprendizagem dum colectivo civilizado, organizado, cultural, até solidário, até crítico, nós viviamos como ostras, cinzentos e fechados, em grupos muito restritos, pouco mais que familiares, silenciando tudo o que nos pudesse denunciar, querendo parecer amorfos, despercebidos, diluidos num todo sem côr, sem forma, medrosos e assutados, sabendo que a voz, ou a diferença, poderiam ser a nossa condenação ou daqueles que faziam parte do nosso pequeno círculo... tudo muito pequenino, mesquinho e sem horizontes.
Não acredito que isto explique tudo, ou grande coisa, mas para mim é mais uma achega... a verdade é que não ajudou nada, já íamos rotos... ficámos nus... depois, veio a "liberdade", a festa,... mas, afinal, não estávamos ainda preparados... só soubemos pegar em penas e plumas, deslumbrados com a nova vida, esgotámos as oportunidades, fomos ficando tristes e ridículos ao ponto de já não convencermos ninguém de coisa nenhuma!
Eu, cá vou andando, não faço promessas, vivo o meu dia a dia dentro das minhas possibilidades, futebol e telenovelas passam-me ao lado, acredito na capacidade que cada um de nós tem para melhorar a nossa e a vida e a vida em geral, gosto das pessoas, independentemente da sua origem e vejo-nos a crescer, não estamos estagnados, vamos desenvolvendo um sentido autocrítico generalizado, trabalho numa biblioteca escolar e, em 8 ou 9 anos, vi muita coisa acontecer, para melhor, estamos a evoluir e os nossos miúdos de amanhã vão ser, certamente, melhores cidadãos ou pelo menos mais bem formados!
Sério, ... não murchem, isto vai devagarinho mas está a andar.... parece parado, muito quieto, mas não... está mesmo a andar!
... e quem diria que na sociedade americana se estava a preparar uma mudança?
O Bush, com a sua bestialidade, alimentou sonhos de mudança que não eram visiveis, mas foram eles que acordaram muitos e muitos americanos que estavam adormecidos para a política... quando o sino lhes tocou "acudiram" ao país e mudaram-lhe a rota... ao que parece!
... ... um dia vamos estar preparados, é para isso que eu trabalho... TODOS OS DIAS, com a certeza de que cada acção faz a diferença, e, com humildade, partilho experiências e aponto caminho a quem anda à deriva!

12 comentários:

claras manhãs disse...

muito devagarinho....
chegaremos lá! é sempre a minha pergunta
será que chegaremos?
Com tanta inveja e mesquinhez?

beijinho

PS. estou negra, hoje

Anónimo disse...

A propósito destas tuas considerações, vale a pena ler o José Gil - "Portugal e o medo de existir", etc. etc.

Um beijo grande.
g.

Sam disse...

enquanto houver gaijas...vai-se andando.
lool

beijo docinho!

Sam disse...

Beijo doce e Bom fim de coiso amiga!

Cadinho RoCo disse...

Não podemos de maneira alguma assumir qualquer rendição naquilo que refere-se ao nosso crescimento. Para tanto a necessidade de darmos amor e muito amor a tudo que fazemos, no sentido de emanarmos esta energia a nos capacitar sempre para o avanço inevitável que a vida impõe sobre cada um de nós.
Cadinho RoCo

Gina G disse...

Eu não vivi em pleno o tempo das 'represas' mas pelo que me é dado a ver, a dita liberdade veio de repente. De repente, tudo se pode fazer, ver, dizer... há que equilibrar...!


(tens um prémio lá no mue blogue)

Beijos

inespimentel disse...

Minuxa, Sexta feira dir-te-ia que a inveja e mesquinhez vão ficar com os pequeninos e desses não reza a história...
hoje o ânimo é outro e é melhor não acrescentar mais nada...

inespimentel disse...

Olha g, o tempo e a vontade de ler são muito próprios e não é bem esse tipo de leitura que me seduz... concerteza muito interessante, mas eu não!

inespimentel disse...

É Sam, eu diria - enquanto houver entusiasmo, e vontade por algo, e amor, já vamos no bom caminho!
Não dá é para murchar, perder o ânimo...

inespimentel disse...

Cadinho, parar é morrer... e o caminho faz-se de batalhas, vitórias e derrotas, desde que crescer todos os dias mais um pouquinho seja uma constante!

Unknown disse...

Boa noite
Gostei do seu trabalho/reflexão.
Do modo como vai a situação parece que não podemos andar assim muito felizes, mas não será caso para piorarmos as situações.
Como disse antes
A luta vai levar-nos à vitória. Devagar se vai ao longe
Há muito tempo que lhe perdi o rasto. Hoje fiz uma busca procurando os amigos.

inespimentel disse...

Pois Direitinho, tento dizer a mim própria o quanto é importante sermos positivos... nem sempre se consegue mas vamos tentando sempre!

o que me faz feliz

o que me faz feliz
o meu mundo ao contrário

O meu Farol

O meu Farol

A bela foto

A bela foto
o descanço dos meus olhos

A minha cama na relva

A minha cama na relva

O meu Algarve

O meu Algarve

...enquanto uns trabalham...

...enquanto uns trabalham...