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Nuvem... NEGRAAA
A nuvem negra estava lácomo sempredensa, pesada, carregada duma água gelada, incapaz de se desabar num dilúvio, debaixo dela, estacionados, uns tantos seres pálidos de braços caídos, olhos húmidos, olhar vazioa nuvem negra... sólida, seguradaqui não sáio, daqui ninguém me tiradesviem-se os que querem o soleles nada... tristinhos... impotentes- Ai, que a nuvem está negra, ai... que negra... a nuvem!outros, mais finos, têm uma só para sie não querem outra coisaquando as suas desgraças não lhes chegam adoptam as dos outros e ali estãouma vidaeles e a sua nuvenzinha negra, privadapuxa-me às vezes o caminho para debaixo duma nuvem negraassim que lá chego, até parece que me sinto em casajá sei o que fazer:- Lábios pendidos, olhar lânguido, braços cruzadosfaço-me de morta, ali, estacionada debaixo da minha nuvem negra;já vivi muitas e muitas vezes este papel,é com relativa ligeireza que me enfio debaixo delaso pior depois, já se sabe, é sairui , dói, dói, e nada!
a inércia, a apatia, a tristeza que inunda até ao tutanoos arrepios de desconsolo, os suspiros que arrasam tudo à voltaenfim o cenário de desconstrução que se instalouexige grande logistica emotiva para se demover do seu estado letárgicosubitamente, inadvertidamente, um braço solta uma mão que a nuvem negra não protege do sole, como se o carrocel da feira tivesse recebido a sua moedinhacomeça o circo, começa a vida de novoum passo para o lado, dois... por cima um céu azul rasga um sorriso de boas vindasdissipada a tristeza, a vontade vem de novo enroscar-se dentro de mima nuvenzinha negra está lácomo sempreTenho de estar atentasenão vou estacionar debaixo dela novamentepara sairjá se sabeui ui
8 comentários:
Vês?!
Diz lá que não faz jeito uma gaiola para a poder a aprisionar, à nuvem, claro está
Ainda bem que já passou, por enquanto. Que as idotas voltam sempre.
beijinho
enho agradecer a visita que fez ao meu blogue. Estimo que volte!
Ora Inês, confessa lá, onde se iriam carpir as mágoas se não existisse o acolhimento melancólico de uma nuvem negrinha como a nôti?
;))))
A "ciência" reside na capacidade de permanecer sob a núvem, o tempo estritamente necessário para que o código sensorial se realinhe.
;)))
gostei muito deste e do Zappa! beijos
Graça.
Se faz Minuxa, se faz a foto da tua gaiola de nuvem está espectacular.
jv foi um prazer visitar o seu blogue talvez um pouco erudito para os meus voos mas vou voltar!
É Bartolomeu, mas e quando o tempo necessário já lá vai e a doce, mas paralisante, melancolia não se demove, nada,até arrepia...
O código sensorial ali, a vitimizar e a reduzir tudo ao desconsolo... o pensamento feminino, o meu pensamento certamente,é incessante e tortuoso, cheio de floreados e altos e baixos... uma canseira...
Também eu gosto deste, e gosto tanto do Zappa.... gosto ainda e muito de reler os meus postes.
Tenho a noção de que falo muito de mim, do que penso e sinto... talvez se torne por isso maçador, mas é o mundo que conheço e , como tu sabes, não sou cega ao mundo dos outros mas gosto mais de falar daquilo que conheço melhor... eu... o que "eu" sente, e o que "eu" pensa!
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