sexta-feira, janeiro 11

Dentro da minha cabeça

Acredito no destino, mas quem desbrava os caminhos e define a rota sou eu!
Não me sinto um peão de um qualquer xadrez, mas sim a rainha do tabuleiro;
Faço as minhas jogadas ,corro os meus riscos, sair a perder das partidas é sempre uma lição... a ganhar é uma questão de sorte ou ficamos com a ideia de que já conhecemos o terreno que pisamos!
Por vezes sinto que estou a colher da vida os proveitos com que sonhei... não que tenha uma vida extraordinária mas é a que escolhi, e conquistei , sempre com lutas de que resultaram perdas e ganhos mas que, em jeito de balanço, acaba por ser tudo ganho!
À luz dos meus padrões sou privilegiada, bafejada pela sorte, a excepção à regra, pois o que me chega de outros é a sensação de que andam a perder... e a sofrer... é pouco comum ouvir as pessoas dizerem que atingiram os ojecttivos que tinham para a sua vida ... ou então que usufruem com prazer a vida que lhes coube em sorte, ou em conquista.
Claro que este positivismo tem a outra face da moeda...
Viver no campo é de meu gosto, mas tive de abdicar de muitas comodidades e apoios... não são todas as mulheres que preferem lavar a loiça todo um ano ao relento, tendo como máquina de lavar dois baldinhos, recebendo como paga um cenário de natureza; assim recomecei, sem queixas, sempre sabendo que fazia uma de entre outras opções; deixei para trás as que me davam conforto e suporte familiar à mão de semear! Optei por satisfazer esta urgência de acordar de manhã a ouvir as galinhas, troquei o conforto da alcatifa pelas botas de chuva, enlameadas mas capazes de pisar o trilho que quero para a minha vida!
Quando penso em cidades e em quem lá vive sinto um pesar, um luto, como se devesse prestar os meus pêsames a quem por lá vive... mas não temos todos a possibilidade de fazer escolhas? Pelo menos, regra geral, deveríamos ter; talvez esta sensação de morte que a cidade me provoca, cobrindo-me a alma e o olhar de cinzento, talvez, dizia eu, não passe tudo de uma desconstrução do meu olhar do meu sentir.
É possivel viver em paz desde que dentro de nós consigamos encontrar o equilíbrio... será uma limitação minha, um trauma ou mania mas, se me atirassem para Lisboa e dissessem que era ali que iria passar o resto dos meus dias, acredito que o sofrimento não se prolongaria por muito... a minha aura ia certamente ficar a preto e branco, o meu olhar não encontraria as cores onde descansar a vista e aos poucos o Inverno instalava-se dentro dos meus ossos e eu não saberia afastar de mim o frio senão quando o calor da terra me recebesse e cobrisse confortando-me com o seu cheiro e a sua vida!

5 comentários:

xistosa, josé torres disse...

Gosto muito de ver as terras em redor.
Mas para todos os efeitos vivo quase numa cidade, ou melhor, encalhado entre duas cidades.
Tenho um cardenho perto de Monção.
Mas os meus olhos só se espairecem em areia e mar ... muito mar e de preferência tépido.
É por isso que emigro 20 dias, infelizmente só o posso fazer em Agosto, para o Mediterrâneo.
É que a mulher está reformada do oficial, mas vai morrer a dar aulas...
Aprendi, (quase á força), a limpar o pó, tirar o colchão da cama à sexta ou ao sábado e lavar o quarto de banho.
Muito depois e de livre vontade "vi" que sabia algo de cozinha e passo a ferro todo a minha roupa, desde solteiro.
O resto vem por acréscimo, um aspira o andar, o outro o rés do chão.
Todos os dias o almoço é por minha conta. (Porque gosto de cozinhar, aliás, neste momento, tenho as instalações dum bar, tipo snack, mas que está fechado, pois pertence aos SMAS do Porto. onde faço umas pestiscadas)

A aldeia é um meio de descanço nos fins de semana e nem todos.

Quando nos habituamos ao cheiro do mar ... fugimos da terra ...

inespimentel disse...

Xistosa o importante é mesmo vivermos bem com o que temos, não invejar os outros e, com o diz o Palma, "reduzir as necessidades se queres passar bem".
Podemos ter este mundo e o outro e ser insatisfeitos e podemos andar realizados só porque nada nos dói, temos um par de pernas e outro de braços, um par de olhos, 20 dedos, e tanto mais... eu sou rica, embora seja uma tesa, para já não me queixo, nada me falta!

james emanuel de albuquerque disse...

Grato pela visita.

Tudo de muito bom gosto por aqui.

Um abraço.

Anónimo disse...

Admiro e gosto tanto dos teus raciocínios e daquilo em que acreditas.
Penso, porque muito te dás, mesmo que virtualmente, que és das pessoas mais íntegras que conheço.

Tem sido um prazer contigo trocar impressões.

inespimentel disse...

Marta... fez-se dentro de mim um silêncio depois de ler o teu comentário!
Um silêncio comovido
... e sem falsas modéstias, estou de acordo contigo!
Mas temos por aqui outros aspectos mais tortuosos, menos "simpáticos"
Somos assim, um complemento de características sempre a mexer!

o que me faz feliz

o que me faz feliz
o meu mundo ao contrário

O meu Farol

O meu Farol

A bela foto

A bela foto
o descanço dos meus olhos

A minha cama na relva

A minha cama na relva

O meu Algarve

O meu Algarve

...enquanto uns trabalham...

...enquanto uns trabalham...