quinta-feira, maio 24

... se eu reconheço o estado de alma que me alegra os dias porque insisto em mergulhar nesta existência feita de revoltas e de indignações que em nada mudam o passar das horas... porque teimo em desmontar para mim mesma os esquemas óbvios de abuso de poder, de egoísmo, de crueldade e de relações humanas, de tão reles qualidade, quando isso são já favas contadas na arquivo das minhas memórias...

Quando olho então em frente, quando lanço o meu olhar para cima, sinto que estou muito viva, que tenho para dar, com prazer, e qualidade ( à parte a imodéstia), um amor feito de atenção, de saber ouvir e entender, de intuir a palavra ou gesto certo, que podem mudar um momento menos bom; se os meus afectos me levam à imensa ternura pelos miúdos com quem me cruzo todos os dias, e se, tudo o que muitos deles têm falta é mesmo de um tratamento personalizado, em que as suas crises tenham espaço e possam contar com apoio para melhor se conhecerem, e se adapatarem a um mundo que não pára para eles entrarem então sei onde posso ajudar!


Quando acordo e consigo dominar a preguiça faço a minha marcha de 30 minutos, o contacto com a natureza, que está "rejuvenescente" e "borboleteante" nesta época, dispõe-me logo para um dia positivo; com um profundo suspiro solto o ar que me pesa dentro e retempero os pulmões, e as células, e a luz que lhes dá vida, com uma nova energia, uma alma renovada! Assim começa um bom dia!!!


A partir daí uso o menos possível a palavra não no meu discurso, olho os outros nos olhos, procuro o encontro, encontro o momento, o que foi e o que virá muitas vezes estacionam nuvens negras em cima da minha cabeça, mas sou eu que as trago ao presente... deixá-las para lá, na inevitabilidade do confronto, quando pensar nelas possa resolver alguma coisa.


Quando parto para a luta levo bagagem de paz e harmonia, recordação de troca de afecto desinteressado, do amor que dentro de mim existe e que eu não quero sentir sufocado pelo contacto permanente com o lado mais sórdido desta espécie em evolução, em que a frente do corso mal se vê, de tanta luz e leveza que leva, mas a cauda é de dragão, vem em chamas e deixa um rasto de morte e sofrimento e enquanto a vanguarda vai subindo em direcção ao céu e às estrelas, mais pesado fica o que lá vêm, mais puxa para baixo, para o fundo, mais resiste a besta que se abocanha a si própria afundada num mar de lama e sangue!

SEMPRE QUE EU PUDER, E CONSEGUIR, QUERO ESTAR LÁ, NA FRENTE, COM AQUELES QUE TOCAM NO CÉU E SE CONFUNDEM COM AS ESTRELAS!

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o que me faz feliz

o que me faz feliz
o meu mundo ao contrário

O meu Farol

O meu Farol

A bela foto

A bela foto
o descanço dos meus olhos

A minha cama na relva

A minha cama na relva

O meu Algarve

O meu Algarve

...enquanto uns trabalham...

...enquanto uns trabalham...