A escola que poderia, ou deveria, ser um lugar de aprendizagem e prazer pode acabar por revelar-se uma fonte de traumas e memórias desagradáveis. Esse registo é definitivo: ou foi bom ou perdemos a oportunidade de viver alegre e descontraidamente uma das boas fases que a nossa sociedade proporciona às crianças!
Isto porque nós, na infância, na juventude, exercitamos com os outros tudo de bom e de mau que está a germinar em nós, exploramos o nosso potencial sem termos ainda a capacidade de nos pormos no lugar do outro; somos alheios ao seu sofrimento, às suas emoções, temos um egocentrismo cego, numa palavra podemos ser muito cruéis, e, na maior das ignorâncias, deixar marcas indeléveis.
É bom quando, por sermos adultos, termos conhecimento desta realidade e estarmos por perto, podemos tentar prevenir ou aliviar este género de episódios, que sempre existiram e que agora até já tem nome de fenómeno: BULLING ou algo semelhante.
O facto de trabalhar num meio com uma escala muito humana, permite-me chamar os alunos pelos seus próprios nomes e observar e acompanhar o resultado de alguns caldinhos sem que estes se cheguem a entornar!
Transmitir valores como a solidariedade e o respeito pelo outro são lugares comuns que ainda não fazem parte do programa mas resultarão finalmente naquilo que vai distinguir mais tarde os bons e os maus alunos: os que vivem a cidadania com naturalidade e os outros... aqueles que se cruzam com alarvidade na vida dos seus semelhantes sem terem sequer a capacidade crítica para reconhecer a ilegitimidade dos seus comportamentos impróprios!
Foi numa noite
Há 9 anos
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